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A militares, Bolsonaro promete governo com ‘hierarquia e disciplina’

Na posse de ministro da Defesa, presidente elogia Sarney, Collor e Itamar, omite nome de FHC e acusa tucano e petistas de 'esquecerem' Forças Armadas

Por João Pedroso de Campos, de Brasília
Atualizado em 2 jan 2019, 20h05 - Publicado em 2 jan 2019, 18h28

O presidente Jair Bolsonaro escolheu a cerimônia de transmissão do cargo de ministro da Defesa, na tarde desta quarta-feira, 2, para fazer seu primeiro pronunciamento depois do dia da posse no Palácio do Planalto. Mais cedo, pela manhã, ele havia participado da transmissão dos cargos de ministros no Planalto, mas não discursou.

A uma plateia formada por militares, incluindo os atuais e futuros comandantes das Forças Armadas, no Clube do Exército, em Brasília, Bolsonaro afirmou que “hierarquia, disciplina e respeito”, três dos pilares da doutrina da caserna, farão do Brasil uma “grande nação”.

Logo no início da fala, ele agradeceu ao comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas. “O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui”, disse o presidente. Em abril de 2018, na véspera do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de um habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Villas Boas escreveu no Twitter que o Exército “repudia a impunidade” e estava “atento às suas missões institucionais”.

Em seguida em seu discurso, Jair Bolsonaro, que é capitão da reserva do Exército, exaltou medidas tomadas pelos ex-presidentes José Sarney (1985-1990), Fernando Collor (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1994) em benefício dos militares.

Ele elogiou recursos destinados por Sarney às Forças Armadas nos finais de ano, “equivalentes a 1 bilhão de dólares”, o 13º salário à classe, também no governo do emedebista, a “estruturação” da carreira militar por Collor e à “isonomia salarial” na gestão Itamar.

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Após citá-los, Jair Bolsonaro sequer mencionou o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) (1995-2002). “Depois tivemos um outro governo, a gente sabe qual foi, tivemos alguns problemas, em especial comigo, mas seguimos a nossa jornada”, disse Bolsonaro. Em 2000, já no terceiro mandato como deputado federal, ele chegou a defender o “fuzilamento” do então presidente.

O pesselista citou como “herança” do governo FHC a MP 2215, de 2001, e defendeu a revogação dela o quanto antes. Entre outras medidas, o texto acabou com benefícios como auxílio-moradia a militares, promoção automática daqueles que passavam à reserva e adicional de inatividade. “Esperamos não deixá-la completar 19 anos”, afirmou Bolsonaro. 

Jair Bolsonaro declarou ainda em seu discurso, sem citar nomes, que as Forças Armadas foram “esquecidas” durante os governos de FHC, Lula (2003-2010), Dilma Rousseff (2011-2016) e Michel Temer (2016-2018). No caso do emedebista, no entanto, ele elogiou a nomeação do general Joaquim Silva e Luna, primeiro militar a ocupar o ministério da Defesa.

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“Fomos esquecidos porque as Forças Armadas são, na verdade, um obstáculo para aqueles que querem usurpar do poder”, disse Bolsonaro, que tem um general como vice e outros sete como ministros, incluindo Fernando Azevedo e Silva, escolhido para suceder Silva e Luna na pasta.

Bolsonaro também afirmou que Exército, Marinha e Aeronáutica “sofreram brutal desgaste perante a classe política, mas não junto ao povo”. “Hoje em dia, a situação em que estou aqui, a que o Brasil chegou, é prova inconteste de que o povo, em sua maioria, quer hierarquia, respeito, ordem e progresso”, completou.

Um dos três deputados federais que votaram contra a criação do Ministério da Defesa, em 1999, Bolsonaro explicou o posicionamento à plateia militar alegando que avaliava que a medida foi tomada por FHC por “imposição politica”.

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