A resposta de Michelle às críticas que recebeu dos filhos de Bolsonaro
Ex-primeira-dama se manifestou sobre declarações de Flávio, Eduardo e Carlos, que criticaram a sua postura contra articulação do PL com Ciro Gomes no Ceará
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) se pronunciou sobre o racha que provocou na direita do Ceará após criticar a aproximação do PL com o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) e defender que o partido apoie a candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo do estado. A situação a colocou de um lado e seus enteados de outro, com manifestações públicas de descontentamento.
Na segunda-feira, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) publicaram posts criticando a atitude da primeira-dama, que em um evento público desautorizou a articulação conduzida no Ceará pelo deputado André Fernandes (PL-CE), com o aval do próprio Bolsonaro — leia a matéria aqui.
Como resposta, a primeira-dama publicou uma longa nota nas redes sociais no início da madrugada desta terça-feira, 2, dizendo que não vai negociar seus valores. ”Respeito a opinião dos meus enteados, mas penso diferente e tenho o direito de expressar meus pensamentos com liberdade e sinceridade. Antes de ser uma líder política, eu sou mulher, sou mãe, sou esposa e, se tiver que escolher entre ser política, mãe ou esposa, ficarei com as duas últimas opções”, escreveu.
Junto da nota, Michelle também publicou uma série de vídeos e notícias que mostram Ciro Gomes criticando Bolsonaro duramente os últimos anos. Para ela, o político cearense “foi responsável por implantar a narrativa que rotulou” Bolsonaro de genocida. “Diante de todas as atrocidades, calúnias e difamações que Ciro Gomes lança contra mim, contra o meu marido e contra os meus enteados, seguimos firmes na verdade. Nada disso muda quem somos, nem o propósito que Deus nos confiou. Jamais negociarei os meus valores”, declarou.
A divergência pública é mais um episódio da disputa familiar pelo espólio eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começou na semana passada a cumprir a pena de 27 anos de prisão por tentar um golpe de Estado e ainda não apontou um sucessor. Agora, o político depende da sua relação com mulher e filhos para tentar influenciar o jogo político de 2026.
Leia a nota na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Muitos têm me perguntado se vou responder às manifestações dos meus enteados: Não vou!
Vivemos tempos difíceis. Enfrentamos tempestades de injustiças em mares de perseguição agitados. Nesses períodos, é normal que os nervos fiquem à flor da pele e podemos vir a machucar aqueles a quem jamais gostaríamos de magoar.
Amo o meu marido, a minha filha e amo a vida dos meus enteados. Eu entendo e sofro a dor deles porque ela também é a minha dor. Quero lutar junto com eles pela liberdade e pela vida do meu marido porque o amo, cuidarei dele e o defenderei com unhas e dentes, como uma leoa que defende a sua família!
Eu respeito a opinião dos meus enteados, mas penso diferente e tenho o direito de expressar meus pensamentos com liberdade e sinceridade. Antes de ser uma líder política, eu sou mulher, sou mãe, sou esposa e, se tiver que escolher entre ser política, mãe ou esposa, ficarei com as duas últimas opções.
Cada pessoa é livre para tomar as suas decisões, e eu o faço considerando, coerentemente, os meus valores, a minha fé e os princípios de uma política honesta, limpa e que verdadeiramente transforme a vida das pessoas – é nisso que acredito e é por esses objetivos que tenho trabalhado todos os dias.
Diante disso, eu jamais poderia concordar em ceder o meu apoio à candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família. Como apoiar (ou deixar de, caridosamente, admoestar quem apoia) um homem que foi responsável por implantar a narrativa que rotulou o meu marido como genocida?
Como ficar feliz com o apoio à candidatura de um homem que xinga o meu marido o tempo todo de ladrão de galinha, de frouxo e tantos outros xingamentos? Como ser conivente com o apoio a uma raposa política que se diz orgulhoso por ter feito a petição que levou à inelegibilidade do meu marido e se diz satisfeito com a perseguição que ele tem sofrido?
Como eu olharia nos olhos da minha filha quando ela um dia me questionasse por que eu teria apoiado (ou não falei nada quando pessoas do meu partido apoiaram) o homem que tanto mal fez ao pai dela? Desculpem-me; não sou assim! Acredito em uma política diferente. Não basta derrotar o PT e a esquerda; é preciso fazê-lo mantendo-nos fiéis aos nossos valores e agirmos de maneira coerente com eles.
Foi por isso, e apenas por isso, que me manifestei no Ceará. Não podia ficar calada diante desses acontecimentos. Meu marido tem um coração bom (bom até demais!) e, por isso, tenho o dever de defendê-lo e de me manifestar contra situações que eu sei, serão prejudiciais a ele. Ciro Gomes não é e nunca será de direita. Nunca defenderá os nossos valores. Sempre será um perseguidor e um maledicente contra Bolsonaro.
No evento, vi nos olhos do povo que ama Bolsonaro o mesmo desconforto e insatisfação que eu sinto. Penso que derrotar o PT dessa forma seria o mesmo que trocar Joseph Stalin por Vladimir Lenin.
Aqueles que defendem essa aliança são livres para continuar com ela, mas não deveriam me criticar por não aceitá-la. Eu tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair (ele não me falou se é).
Muitas vezes, somos nós, esposas, que somos chamadas a mostrar aos nossos maridos que eles podem estar errando. Isso é normal em qualquer casamento e um precisa ajudar o outro. No episódio de Fortaleza, eu fui apenas uma esposa defendendo o seu marido e a sua família de um homem que sempre nos atacou.
Peço aos meus enteados que me entendam e me perdoem. Não foi minha intenção contrariá-los. Eu, assim como eles, quero apenas o melhor para o nosso herói, seu pai, meu esposo e o maior líder que esse país já teve – Jair Messias Bolsonaro.
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