A leitura otimista de Castro sobre o legado político de Bolsonaro
Governador do Rio renovou apoio ao ex-presidente, em meio aos ensaios para as eleições municipais

A poucos quilômetros do aeroporto Santos Dumont, onde desembarcou no Rio Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta quinta-feira, 29, o governador Cláudio Castro (PL) renovou o apoio ao aliado e correligionário. Entre uma mesa e outra do 22º Fórum Empresarial Lide, em Copacabana, Castro disse que é preciso “parar de criminalizar a política” e que, confirmada a condenação do ex-presidente no Tribunal Superior Eleitoral, Bolsonaro passa a ser “talvez até mais importante do que se estivesse elegível”.
Aliados políticos nas eleições de 2022, Castro subiu em palanques com o ex-presidente no ano passado, mas buscou, ao mesmo tempo, não atrelar sua imagem integralmente à de Bolsonaro. O ex-presidente decidiu acompanhar na casa de um dos filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), o desfecho de seu julgamento no TSE.
Para as eleições municipais em 2024, o PL, partido da dupla, ainda não definiu quem será o candidato da capital carioca, embora nomes como o do general Braga Netto e do senador Flávio Bolsonaro (PL) já tenham sido ventilados. Também há a possibilidade de que o grupo do governador busque se distanciar do bolsonarismo com um candidato mais ao centro, como o atual secretário de Saúde, Dr. Luizinho (PP). Até aqui, no entanto, Castro faz questão de manter acesa a aliança com Bolsonaro.
Questionado sobre o status atual da relação com Bolsonaro, o governador fez questão de deixar claro que o ex-presidente não é “ex-aliado”, mas ainda um “aliado”. E valorizou seu potencial como cabo eleitoral.
“(Bolsonaro será, nas próximas eleições) Talvez até mais importante do que se estivesse elegível. Não tenho dúvidas de que um candidato à presidência que teve 49% tem uma infinidade de seguidores, e aqueles que terão um sentimento de injustiça… Com certeza, será um eleitor ainda melhor do que elegível, não tenho dúvida”, disse Castro.
Ao comentar o julgamento do correligionário no TSE, que deve ser finalizado nesta quinta após voto do relator pela condenação de Bolsonaro, o governador do Rio disse não estar “com os autos na mão”, mas saiu em defesa do aliado político.
“O presidente tem bons advogados. Nós temos que parar de criminalizar a política, no geral. Tem que ver se nos autos do processo tem sustância para isso. Falando de maneira genérica, não pode todo presidente que sai ser excluído da política. Isso é muito ruim para a democracia, um ex-presidente ficar inelegível, às vezes preso, e depois o processo até caindo na Justiça. É uma lógica que fere o processo de oposição e situação, a democracia é feita dessa lógica. Temos que tomar muito cuidado, até porque somos uma democracia jovem. Mas, se realmente há fatos nos autos do processo que levem a isso, não há o que se falar”, completou o governador.