Por que nosso desempenho educacional é tão medíocre? Por que, mesmo tendo dobrado os gastos com educação nos últimos vinte anos, não conseguimos melhorar?
A educação poderá avançar muito se, em vez de políticas baseadas em crenças ou "consensos", passarmos a adotar políticas baseadas em evidências científicas.
É mais relevante o professor ter um bom nível acadêmico geral e conhecer bem o conteúdo que leciona do que ter títulos de mestrado e doutorado.
Dado o caráter explosivo da pergunta, procuramos responder, como sempre, com base nas evidências. Dados conflitam com o senso comum.
Não existe bala de prata. O tempo integral – qualquer que seja a sua definição – não vem afetando significativamente o desempenho dos alunos.
No Brasil, escola em tempo integral é sempre vista como um dos principais fatores de melhoria do desempenho escolar. O que as evidências mostram sobre isso?
Em vez de se aprofundarem em poucas disciplinas, como se faz no resto do mundo, alunos passam três anos estudando assuntos que não são de seu interesse.
Municípios que "perderam" recursos com o Fundeb tiveram uma piora de desempenho? E os que "ganharam" mais recursos tiveram uma melhora de desempenho?
As evidências mostram que só recursos não garantem o desempenho. Isso vale tanto para os municípios que gastam muito quanto para os que gastam pouco.
Não há uma tendência consistente de melhoria nas redes estaduais ou municipais. O que há são bons exemplos isolados de alguns poucos estados e municípios.
A grande maioria dos alunos brasileiros tem desempenho pífio, e os nossos melhores alunos têm desempenho mediano, quando comparados com os melhores do mundo
Para termos uma noção mais adequada do desempenho dos alunos e das redes de ensino, é mais prudente usar os dados da Prova Brasil do que os dados do IDEB.
Neste e nos próximos posts sobre o Relatório “Para Desatar os nós da educação - uma nova agenda”, o tema central são os resultados da educação brasileira.
No Brasil, o aumento da escolaridade registrado nas últimas décadas não tem sido acompanhado do aumento da produtividade. Onde está o problema?
Se forem mantidos no nível atual, os recursos para a educação pública brasileira serão divididos por um número cada vez menor de alunos.