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Vídeo chega ao Instagram no momento certo, diz criador

Em entrevista exclusiva, o brasileiro Mike Krieger fala sobre novo recurso de compartilhamento de vídeos pela rede social

Por Filipe Vilicic Atualizado em 24 Maio 2016, 16h12 - Publicado em 21 jun 2013, 12h21

O Facebook anunciou nesta quinta-feira uma nova ferramenta para o Instagram, a postagem de vídeos de até 15 segundos. Criado há apenas dois anos e meio pelo americano Kevin Systrom e pelo brasileiro Mike Krieger, o Instagram é a mais festejada rede social de compartilhamento de fotos e foi comprado por 1 bilhão de dólares no ano passado. O recurso de vídeo já está disponível para os 130 milhões de usuários mensais do aplicativo, que funciona em smartphones e tablets. A ferramenta conta ainda com um sistema de edição, treze filtros que modificam as imagens e uma ferramenta que estabiliza a gravação enquanto se utiliza o smartphone andando ou de dentro de um carro. Ter posts de vídeos dentro da rede é um antigo sonho dos criadores do Instagram. Diz Mike Krieger: “Só esperávamos que a tecnologia de celulares e a rede de telefonia 4G estivessem avançadas o suficiente para suportar o armazenamento e a exibição dos vídeos”. No ano passado, pouco antes de vender sua empresa ao Facebook, Krieger concedeu uma entrevista a VEJA na qual compartilhou esse desejo e também sua maior ambição: tornar o Instagram, que nunca faturou um centavo de dólar, em um negócio lucrativo. Na entrevista a seguir, ele conta que está próximo de concretizar também esse objetivo. Paulistano, Krieger ainda dá sua opinião sobre o papel de redes sociais em protestos e manifestações, como as que tomaram cidades brasileiras nas duas últimas semanas.

Colocar vídeos no Instagram, uma rede cujo charme estava no compartilhamento de fotos, em não ter excesso de ruídos durante a navegação e na velocidade com que o aplicativo funciona em smartphones, pode irritar usuários? Toda mudança é recebida com receio no mundo digital. Isso é natural. Por isso tomamos o cuidado de esperar para que a rede 4G de telefonia celular estivesse difundida o suficiente para que a internet móvel passasse a contar com tecnologia para exibir os vídeos com rapidez, de qualquer lugar. Antes de lançar esse novo recurso, também escolhemos esperar pelo progresso de smartphones, hoje preparados para programas que exigem mais deles. Quanto aos ruídos e às limitações à internet via redes 3G, o usuário pode desligar o som dos vídeos, caso o incomode. Testamos nossa nova ferramenta com nossa equipe, por muito tempo, e agradou a todos. O que oferecemos não é uma reformulação completa da experiência que se tem com o Instagram, mas, sim, uma nova ferramenta que abre o leque de possibilidades para nossa comunidade de 130 milhões de pessoas. Sempre tivemos várias ideias para melhorar cada vez mais o Instagram, mas preferimos investir nossas forças em uma dessas ideias por vez para que sempre saia perfeito.

O Instagram é criticado por não ser lucrativo e ter uma receita era tido como um de seus maiores problemas antes da venda para o Facebook. Agora que o programa integra uma empresa maior, não é mais preciso ter essa preocupação? Quando criamos o Instagram, não pensamos apenas em ter um bom programa, mas também em construir um bom negócio. Em abril, contratamos uma diretora de operações com larga experiência, justamente para solucionar a questão do faturamento. Testamos agora algumas formas de tornar o negócio lucrativo. Mas como toda novidade do Instagram, antes iremos testar qual é realmente a melhor maneira de chegar a esse objetivo, sem prejudicar a ótima experiência que temos com nossos usuários.

O Facebook tem sido questionado pela saída massiva de jovens, que deletam seus perfis e têm preferido outras redes, como o Instagram. Por que isso ocorre? A questão aqui é outra. Os dispositivos móveis, o smartphone e o tablet, têm se tornado cada vez mais importantes na vida das pessoas e, por isso, o Instagram cresce com força e o Facebook tem investido cada vez mais em aumentar sua influência nessas ferramentas, que atraem os jovens.

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Nas manifestações que têm ocorrido no Brasil, usa-se muito o Instagram para compartilhar fotos dos protestos, ou mesmo para denunciar o que consideram ser abusos da polícia na repreensão a esses movimentos. As redes sociais têm claro impacto nesse tipo de movimento. A primeira vez que realmente senti que o Instagram é muito usado para contar histórias maiores e mais sérias, não só para exibir fotos de um café pedido na lanchonete, foi durante a passagem do furacão Sandy pelos Estados Unidos, no ano passado. Ao acessar o Instagram, via tanto fotos de cachorros e gatos, quanto de pessoas que presenciavam a tragédia. No Brasil está ocorrendo o mesmo. Entro no Instagram hoje e vejo fotos das pessoas que presenciam a manifestação, intercaladas com outras imagens das vidas delas. O Instagram é feito por esse conteúdo, que mescla histórias mais sérias com outras mais divertidas. E é justamente esse conteúdo, criado por nossa comunidade única, que nos diferencia. Nós o envelopamos em forma de fotos. E, agora, também como vídeos.

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