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Trabalhar no Google é mais difícil do que entrar na USP

O presidente do gigante de buscas no Brasil fala sobre o crescimento no país, a altíssima concorrência por uma vaga na companhia e os planos para 2012

Por Rafael Sbarai
20 nov 2011, 16h54

O ano de 2011 foi especial para o Google Brasil. Entre os dez maiores nichos do gigante de buscas no planeta, o mercado nacional é o que mais cresce. Simultaneamente, o QG brasileiro aumentou em um terço o número de funcionários no país. Hoje, quase 500 profissionais dividem tarefas em dois escritórios, em São Paulo e Belo Horizonte. Para entrar para o time, contudo, a tarefa não é nada fácil: a concorrência para o programa de estágio deste ano, por exemplo, foi de 164 candidatos por vaga – o triplo da registrada pela carreira mais procurada na Universidade de São Paulo (USP), engenharia civil, de São Carlos. Desde fevereiro, o escritório brasileiro é comandado por Fabio Coelho, engenheiro civil de 47 anos, que, depois de passar por importantes empresas de tecnologia como AT&T e BellSouth, tem duas missões fundamentais à frente do gigante de buscas: manter o alto nível dos serviços oferecidos e o foco em duas redes sociais da empresa, Orkut e Google+. “O Orkut é um produto valioso, mas quem decide seu futuro será seu fiel escudeiro, o usuário”, afirma. Do escritório do Google em São Paulo, Coelho falou com o site de VEJA.

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No início de 2011, o Google revelou que iria recrutar mais profissionais. O que motivou a criação dos postos? Crescimento vertiginoso. Há alguns anos, o Brasil já faz parte dos dez maiores mercados do Google no mundo e, nesta faixa de países, é a nação que mais cresce. Logo, foi um ano especial. Conseguimos contratar, em menos de doze meses, mais de 125 funcionários. Hoje, já contamos com quase 500 profissionais nas duas sedes em São Paulo e Belo Horizonte. Nosso programa de estagiários, neste ano, foi superconcorrido: 4.100 pessoas disputaram 25 vagas. E, até o fim de 2011, temos sete postos de trabalhos ainda abertos.

Qual é o perfil do profissional que trabalha no Google? Buscamos pessoas com altíssimo desempenho acadêmico, de culturas diversas, que tenham conhecimento em outros idiomas e experiência relativa ao serviço que será prestado ao Google. Procuramos também profissionais engajados e apaixonados por outras atividades, como atletas ou músicos. Queremos pessoas com apetite por realizações.

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Como é sua rotina no Google? Sua agenda é definida pela sede, em Mountain View (EUA)? Diariamente, começo o trabalho às 8h, com reuniões de 30 minutos para avaliar métricas e acompanhar execuções de diversos setores da empresa. Duas vezes por semana participo também de videoconferências com a matriz nos Estados Unidos para apresentar uma visão mais estruturada do negócio no país. Não podemos perder muito tempo com longas reuniões, mas ultimamente resolvemos problemas usando recursos do próprio Google, como o Hangout (chat em vídeo presente no Google+). Mas tenho também a função imprescindível de visitar clientes para evangelizar a empresa e mostrar como o Google pode ajudar outras corporações.

O Google vai mesmo manter o Orkut? O Orkut é um produto valioso para o Google Brasil, mas quem decide seu futuro será seu fiel escudeiro, o usuário. Desde a criação da rede, em 2004, seus cadastrados mostram que a rede social tem relevância – e sua sobrevivência é garantida a partir do valor que é dado a ela. Recentemente, revelamos inúmeras inovações ao produto, como a interface de comunidades – espaços altamente interativos -, que começam a ser modificadas paulatinamente.

Em inúmeras oportunidades, profissionais do Google afirmaram que o Google+ não é uma rede social. Então, o que ele é? Não consideramos o Google+ uma rede social. É simplesmente um importante projeto da empresa que mostra como o Google se preocupa com a web social. É um serviço que cruza toda a internet e os próprios recursos da empresa, como Gmail, Google Reader e YouTube. O mercado vai absorver, aos poucos, o projeto em sua totalidade: anúncios, conteúdo, informação, relacionamento e rede de buscas já são funções que são modificadas a partir do uso do Google+.

Como o Google+ e Orkut podem coexistir? São duas plataformas com perfis diferentes de usuários. Não duvido que, nos próximos meses, apareçam recursos do Google+ no Orkut.

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É um privilégio ou uma grande dor de cabeça ter as duas redes? É ótimo. Os dois projetos mostram que o Google tem, nas mãos, o presente e o futuro da web. Temos 45 milhões de usuários no Orkut. Ele é lucrativo, tem anúncios e desperta o interesse do mercado publicitário.

Por que o Orkut não conseguiu conter o avanço do Facebook? O Google não quer controlar o avanço do Facebook. O Orkut já amadureceu no país: tem uma base muito fiel de usuário. A maior prova disso é que nossa rede social cresce proporcionalmente ao número de usuários de internet no Brasil. Já o Facebook exerce um encantamento nos brasileiros por ser uma plataforma relativamente nova no país, mas dados de empresas de métricas comprovam o uso concomitante dos dois sites. O Facebook ainda não amadureceu no Brasil. O que me interessa, no futuro, é até onde vai o ciclo de crescimento dessas redes.

Qual será a prioridade do Google Brasil para 2012? Aperfeiçoar o que já fizemos em 2011 e desenvolver ainda mais setor social, móvel e vídeo. Não teremos o mesmo ritmo de contratação deste ano – que foi espetacular -, mas contrataremos um novo grupo de funcionários para fazer parte do Google no Brasil.

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