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Próximo presidente terá de abraçar a inovação. Mas em que setores?

Especialistas apontam seis áreas da economia em que o Brasil deve promover a modernização tecnológica para colher frutos pelas próximas décadas

Por Claudia Tozetto
14 set 2014, 10h15

Um dos grandes desafios do próximo presidente da República, a ser eleito no mês que vem, é alavancar a inovação tecnológica no governo, instituições de pesquisa, empresas – incutir a ideia em muitas cabeças, portanto. O Brasil é a sétima economia do mundo, mas ainda enfrenta muitas dificuldades tanto para resolver problemas em casa quanto para competir em nível global. “Para sustentar o aumento de salários, a distribuição de renda e a redução da desigualdade, movimentos desejados por todos, a palavra mágica é produtividade. E, em qualquer parte do mundo, inovação é a maior determinante da produtividade”, diz Carlos Américo Pacheco, reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), um centro de excelência em educação e celeiro de mentes inovadoras.

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Um dos problemas que emperram a inovação, segundo especialistas ouvidos pelo site de VEJA, é a falta de uma diretriz nacional clara – eis uma missão para o vencedor da eleição de outubro, seja ele (ou ela) quem for. “Assim como ocorre na maioria das grandes empresas, existe uma lacuna na estratégia nacional de inovação. Sem isso, o governo pulveriza investimentos em muitas áreas e não consegue alcançar um resultado significativo. Ter uma estratégia significa fazer escolhas”, diz Felipe Scherer, especialista em gestão da inovação da consultoria Innoscience.

De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), atualmente existem 14 áreas estratégicas para inovação no país: biotecnologia, nanotecnologia, TI, saúde, biocombustíveis, energia, petróleo e gás, agronegócio, biodiversidade, Amazônia e semi-árido, mudanças climáticas, programa espacial, programa nuclear, além de defesa e segurança pública. “Como estamos imersos no Brasil e em seus problemas, tudo nos parece prioridade. Isso torna mais difícil estabelecer prioridades. Para isso, talvez, seja melhor tentar colocar-se na posição de quem vê o Brasil de fora: isso pode nos mostrar onde temos potencial para competir em escala global”, diz Pacheco.

A pedido de VEJA.com, Scherer, Pacheco e Fabio Gandour, cientista-chefe da IBM, apontaram áreas em que o Brasil pode fazer a diferença e promover inovação tecnológica. Isso demanda redobrar os esforços em áreas em que já fazemos a rodar girar e triplicar o empenho em setores em que ainda avançamos devagar (mas podemos acelerar) – ambos serão cruciais para o futuro. A tarefa requer empenho permanente no presente para colher frutos pelas próximas duas décadas. Perder o trem do inovação, por outro lado, pode custar caríssimo ao país. Confira na lista abaixo as apostas dos especialistas

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Fazer escolhas também significa assumir riscos, algo inerente à inovação. O receio de investir em projetos de longo prazo – que correm o risco de afundar no meio do caminho – assombra os brasileiros. “O empresário precisa se arriscar mais. Muitos só investem em inovação quando há dinheiro público envolvido”, diz Scherer. No Brasil, o investimento em pesquisa e desenvolvimento representa apenas 1,24% do Produto Interno Bruto – menos da metade é investido pelas empresas. A média global nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de nações mais desenvolvidas do planeta, é de 2,3% do PIB. “Precisamos de empresas com a ambição de se posicionar bem globalmente, porque o que interessa são as inovações de classe mundial”, afirma Pacheco.

Apesar dos desafios, é, sim, possível mudar as regras do jogo nos próximos anos e ajudar o Brasil a dar um salto significativo em inovação. O papel do governo é apoiar as empresas e reduzir os riscos. Isso passa pela manutenção de um ambiente econômico estável e também por reformas estruturais. “O governo precisa favorecer a interação público-privada e aprimorar as estruturas de financiamento. Vamos ter que fazer um esforço mais permanente, sustentado e de longo prazo em alguns setores para tornar o país competitivo globalmente”, diz Pacheco. Para Gandour, da IBM, a chave da inovação disruptiva é a paciência. “Não vamos agarrar a inovação em um mês, um ano ou em um mandato político. É preciso continuidade”, diz Gandour.

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