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Instagram, a arte de recriar fotos no iPhone

Quase 300.000 imagens são colocadas por dia no serviço criado por brasileiro, que adiciona às fotografias um aspecto envelhecido – mas elegante e moderno

Por James Della Valle
26 fev 2011, 18h48

“A ideia não é compartilhar pensamentos, como ocorre no Twitter, mas dividir com o mundo instantêneos da vida capturados em imagens”

Mike Kriege, brasileiro criador do Instagram

Quando o brasileiro Mike Krieger e o americano Kevin Systrom se reuniram para criar um aplicativo de edição de fotos para iPhone, o futuro do programa parecia incerto. “Kevin, então, me perguntou: “Na sua opinião, quantas pessoas vão se cadastrar no primeiro dia do serviço?’ Ele chutou umas 2.500”, relembra Krieger. Os donos do Instagram não revelam o número apurado no primeiro dia de atividade, em outubro de 2010. Mas certamente as expectativas foram superadas. Seis meses depois da criação, os mais de dois milhões de usuários do serviço cadastram 290.000 fotos por dia. É uma mania dentro do telefone de Steve Jobs.

O primeiro pilar do serviço é transformar fotos triviais produzidas por usuários em obras de arte. Para isso, aplica às imagens filtros, que dão a elas um aspecto envelhecido – mas elegante e moderno, ao mesmo tempo. O segundo pilar é permitir que os usuários compartilhem as imagems editadas a partir de uma rede dedicada, além de disparar os instantâneos pelos sites sociais já conhecidos Facebook e Twitter. A ideia fez tanto sucesso que já atraiu investimentos da ordem de 7 milhões de dólares.

Krieger e Systrom se conheceram na badalada Universidade de Stanford, na Califórnia, mas só voltaram a se encontrarm dois anos depois de formados. Decidiram, então, montar a empresa Burbn, com o objetivo de criar um aplicativo de geolocalização parecido com o FourSquare. Só depois disso é que os jovens empreendedores resolveram partir para um projeto na área de fotografia, com recursos simples, bons resultados e de fácil manipulação pelo usuário. “Estávamos decididos a resolver os três maiores problemas das pessoas que tiram fotografias em celulares: a má qualidade das imagens, a dificuldade de compartilhá-las e a lentidão de todo o processo”, conta Krieger. “Se nossa ideia pudesse resolver um desses problemas, trabalharíamos nela. Caso contrário, deixaríamos de lado.” Eles conseguiram suplantar os três obstáculos.

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O ambiente de rede criado pela dupla permite a criação de vínculos entre usuários e a aplicação de tags para identificar as imagens. Opções de privacidade também estão disponíveis. Elas podem ser configuradas caso o usuário queira compartilhar suas criações apenas com amigos ou exibi-las indiscriminadamente. “A ideia não é compartilhar pensamentos, como ocorre no Twitter, mas dividir com o mundo instantêneos da vida capturados em imagens”, diz Krieger.

Os filtros disponíveis foram criados a partir da experiência no Photoshop. A intenção, é claro, é adicionar certa atmosfera às imagens (o tom sépia ou colorações típicas dos primeiros filmes, por exemplo), que, em geral, saem planas e pouco interessantes. Para a primeira versão, foram criadas dezenas de filtros, eliminados aos poucos, à medida que os usuários mostraram preferência por alguns efeitos. Isso, contudo, não impede que novos recursos sejam incluídos no futuro. “Já criamos quatro filtros novos. Um deles, o Toaster, foi batizado em homenagem ao cachorrinho do Kevin Rose, fundador do Digg e amigo meu e de Kevin”, conta o brasileiro.

Negócios – Usuários chamam dinheiro no mundo dos negócios virtuais. Embora o Instagram seja um serviço completamente gratuito, seus criadores e investidores pensam agora em formas de lucrar com o programa. Entre as opções em estudo, estão a adição de recursos extras, pacotes de filtros pagos e até a eventual oportunidade de divulgação de marcas. “O problema é que todas essas ideias só se tornam viáveis com um grupo grande de usuários. Estamos concentrados no momento em acelerar o nosso crescimento, que vai muito bem”, adianta Krieger. Recentemente, a empresa encontrou mais uma opção de lucro: a abertura da API de seu aplicativo. Significa que desenvolvedores independentes poderão utilizar partes do Instagram dentro de seus projetos, criando programas híbridos. A princípio, os recursos básicos seriam gratuitos. Já os avançados poderiam ser incluídos em uma categoria paga.

Outro caminho para a expansão é fazer o aplicativo rodar em outras plataformas, como o sistema operacional Android, do Google, e Windows Phone, da Microsoft. O tablet iPad, da Apple, ainda não está no radar, uma vez que o aparelho não tem câmera. O jeito é esperar por uma segunda versão do aparelho, que deve ser lançada na próxima semana. “Queremos ser o modo pelo qual pessoas comunicam às demais que estão passeando, compartilhando momentos interessantes através de suas imagens”, diz Krieger.

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