Fundador do Megaupload deve ficar preso até extradição
Kim Schitz está detido na Nova Zelândia e pode seguir para os EUA
O alemão Kim Schitz, fundador do site de transferência e armazenamento Megaupload, fechado na semana passada, ficará preso até o próximo dia 22, data de audiência que pode determinar sua extradição da Nova Zelândia para os Estados Unidos. Schitz, também conhecido como Kim Dotcom, é acusado de liderar um esquema de pirataria na internet.
A decisão de manter Schitz encarcerado, divulgada nesta quinta-feira, foi tomada pelo juiz David McNaughton. Ele alegou que, livre, o fundador do Megaupload poderia fugir do país: ele tem passaportes e contas bancárias em três nomes diferentes. Assim, ele ficará detido em uma prisão de Auckland até a audiência que pode determinar sua extradição.
Especialistas ouvidos pelo jornal inglês The Telegraph e pela agência de notícias Reuters afirmam que o processo de extradição pode se arrastar por um longo período. O caso de Julian Assange, fundador do Wikileaks, que tenta evitar ser extraditado da Inglaterra para a Suécia, está na Corte desde o fim de 2010.
Schmitz e outros três funcionários do Megaupload foram detidos na última quinta-feira. Eles negaram acusações da Justiça americana de que o serviço violava direitos autorais.
Na defesa de seu cliente, o advogado Ira Rothken chegou a comparar o Megaupload ao site de compartilhamento de vídeos YouTube. “Qualquer acusação feita contra o Megaupload foi feita em relação ao YouTube”, disse. Ele lembrou que, no passado, o YouTube foi processado pela Viacom sob a alegação de armazenar e exibir conteúdos postados por usuários que feriam direitos autorais (trechos de filmes e séries de TV, por exemplo). O YouTube venceu o processo nos EUA, apoiando-se em uma lei que livra de responsabilidade os sites que retiram do ar conteúdos pirateados assim que são avisados sobre a existência dos mesmos.