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Com relógio de ouro, Apple entra de vez no mercado de luxo

Apple Watch Edition, um relógio inteligente com detalhes em ouro de 18 quilates, vai custar de 10.000 a 17.000 dólares, segundo anúncio da empresa

Por Guilherme Pavarin
10 mar 2015, 16h24

Tim Cook, o CEO da Apple, apresentou nesta segunda-feira os detalhes do Apple Watch Edition, um relógio inteligente com detalhes em ouro de 18 quilates, de edição limitada, que custará de 10.000 a 17.000 dólares. O lançamento, previsto para 24 de abril, é mais significativo do que parece: inaugura a entrada da companhia no mercado de luxo. “A Apple sempre foi sinônimo de produtos premium, de alta qualidade, mas o relógio de ouro eleva a marca ao status de luxo”, afirmou ao site de VEJA o analista americano Roger Kay, sócio-fundador da empresa de inteligência de mercado Endpoint Technologies Associates e colunista da revista Forbes.

A Apple já vinha ensaiando ingressar no setor de luxo há algum tempo. Em outubro de 2013, a companhia contratou Angela Ahrendts, ex-CEO da marca britânica de luxo Burberry, para cuidar das vendas de varejo e online. Em outro movimento, em maio de 2014, a empresa comprou por 3,2 bilhões de dólares a marca de fones de ouvido Beats, conhecida por vender equipamentos competentes com designs elogiados. Para os especialistas do setor, a Apple usará o conhecimento da Beats para montar produtos ainda mais sofisticados – e caros. Os novos relógios da Apple já são exemplo dessa estratégia. Van Baker, o vice-presidente de pesquisa da consultoria americana Gartner, constata que mesmo os modelos mais simples que a companhia apresentou serão relativamente caros: o Apple Watch vai custar de 549 a 1.099 dólares, e o Apple Watch Sport, de liga de alumínio, de 349 a 399 dólares.

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A dúvida dos analistas é se um relógio inteligente é o melhor produto para inaugurar a entrada da Apple no mercado de luxo. Embora haja uma quantidade considerável de pessoas dispostas a pagar milhares de dólares por relógios luxuosos, produtos de marcas como Montblanc e Rolex não costumam carregar tecnologias de vencimento tão rápido, a exemplo de aplicativos para pedir táxis e receber notificações. “Tenho reservas quanto a capacidade da Apple de entrar nesse mercado sabendo que a tecnologia envelhece tão rapidamente. É típico da empresa lançar novas versões dos produtos todos os anos”, afirma Baker. Um relógio, indica o analista, costuma ter vida mais longa do que um ano. Ninguém compra uma peça de 10.000 dólares para substituí-la poucos meses depois.

Segundo analistas, a Apple deve se concentrar no mercado consumidor da China. O país é, de acordo com pesquisa do ano passado feita pela consultoria sul-africana New World Wealth, o segundo maior pólo de multimilionários (aqueles que possuem mais de US$10 milhões) do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. São cerca de 26.600 multimilionários no país. Até 2018, diz outra pesquisa do The Boston Consulting Group, o número deve dobrar. Não à toa, o marketing da Apple nas principais cidades chinesas tem sido ostensivo. No fim de 2014, o relógio inteligente de ouro apareceu no pulso de uma modelo da capa da Vogue chinesa. Foi uma das primeiras aparições públicas do Apple Watch. E parece ter dado resultado: de acordo com levantamento feito em fevereiro pela consultoria chinesa Hurun Research, a Apple era considerada a “marca de luxo mais desejada no país”, a frente de Louis Vitton, Gucci, Chanel e Montblanc, que completam o top 5.

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