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“Candy Crush pode parecer infantil, mas é para adultos”, diz produtor do game

O sueco revela que 3,2 milhões de brasileiros se divertem diariamente com título, que propõe desafio aparentemente trivial: reunir docinhos da mesma cor

Por Renata Honorato
8 set 2013, 12h10

Delicious! Divine! Se essas palavras não saem da sua cabeça e balas coloridas parecem explodir diante dos seus olhos, reconheça: você é um dos 3,2 milhões de brasileiros viciados em Candy Crush. Lançado pela empresa sueca King há exatamente um ano, o game para celular mais popular do momento reúne diariamente mais 50 milhões de jogadores em todo o mundo. O conceito é simples: para vencer as 455 etapas do jogo, só é preciso combinar três ou mais peças – doces, na verdade – de uma mesma cor. A cada vez que se consegue isso, surgem as explosões e a interjeição: Delicious!. Segundo o sueco Tommy Palm, 39, produtor do game, a simplicidade desconcertante e os recursos sociais, que permitem a cooperação entre amigos, são os segredos do sucesso de Candy Crush. Especula-se que a atração viciante proporciona o faturamento diário de 850.000 dólares, resultado das microtransações realizadas dentro do jogo. Cinco vidas adicionais saem por 1 dólar. Palm desconversa sobre o tamanho da receita. “Somos uma companhia rentável em um mercado de games móveis muito competitivo”, diz o produtor na entrevista a seguir. Sobre o perfil dos jogadores, o “guru dos games”, como é conhecido na comunidade, explica: “Embora seja um game para todas as idades, 90% dos nossos usuários têm mais de 21 anos. Candy Crush pode parecer infantil, mas é para adultos”

O que faz de Candy Crush tão viciante? Eu acho que existem algumas razões. O jogo tem um gráfico cheio de apelo, já que os doces podem ser identificados de forma bastante clara no tabuleiro graças às cores fortes. O game é muito acessível e pode ser baixado gratuitamente em qualquer dispositivo móvel. Outro ponto importante é a integração entre as plataformas. O usuário pode começar jogando no smartphone e terminar no Facebook, em um computador. O principal motor do jogo, contudo, é seu caráter social: além de competir com outras pessoas, os jogadores podem contar com a colaboração dos amigos para passar de um nível para outro.

Quem é o público-alvo de Candy Crush? O jogo foi desenvolvido por uma equipe de três pessoas em nosso escritório de Estocolmo, na Suécia. Não foi o nosso primeiro three-match (jogo que desafia o usuário a reunir três peças da mesma cor), mas foi o primeiro do gênero a utilizar doces como tema. Nosso alvo sempre foi o público feminino, entre 25 e 54 anos, porque sabíamos que depois de atingir essa audiência seria fácil levar o game para toda a família. Minha mãe e minha irmã testaram e ficaram viciadas. Essa foi uma prova de que a estratégia estava funcionando.

E quem são os jogadores? Embora seja um game para todas as idades, 90% dos nossos usuários têm mais de 21 anos. Candy Crush pode parecer infantil, mas é para adultos.

Qual versão é mais popular, para Facebook ou smartphone? Temos percebido que nossa audiência vem das duas plataformas. Se a pessoa está fora de casa, ela joga no smartphone. Se está em casa, joga no computador. O tráfego de usuários se divide entre as duas versões.

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Divulgação/King
Divulgação/King (VEJA)

Quantas pessoas jogam Candy Crush no Brasil? Nunca tínhamos levantado esse dado e fui atrás da informação para saber o quão popular é Candy Crush no Brasil. Ao todo, 3,2 milhões de pessoas jogam o game todos os dias no país.

Existe uma pessoa na King responsável por tornar o game mais viciante? (risos) Não temos psicólogos trabalhando por trás do game. Temos uma equipe responsável por transformar o título em algo divertido. Nosso objetivo é fazer nossos usuários felizes e, por isso, pensamos no que é bom em termos de jogabilidade. Olhamos as pessoas em ação e nos questionamos: “Será que eles estão se divertindo?”

O jogo virou sucesso também entre celebridades. Você sabe quem são os famosos que não largam do título? Sempre escuto pessoas famosas falando que jogam Candy Crush. A apresentadora americana Ellen DeGeneres é uma delas. Ela até falou do game em seu programa de auditório. Recentemente, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou um vídeo onde aparece jogando. O apresentador americano Jimmy Fallon é outro fã declarado, ao lado dos garotos da boy band Jonas Brothers.

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É verdade que o Candy Crush rende aos cofres da King quase 1 milhão de dólares por dia? Somos uma companhia rentável em um mercado de jogos móveis muito competitivo. Não divulgamos dados financeiros.

Os dispositivos móveis vão se tornar a principal plataforma de jogo no futuro? Eu acredito que sim. Temos mais de 100 milhões de usuários jogando nossos games diariamente. E há muito a crescer. Se você olhar ao redor, vai perceber que muitas pessoas que estão jogando no celular nunca usaram um console. Elas estão descobrindo que um game pode ser muito divertido.

Muitas pessoas que jogam Candy Crush se sentem obrigadas a pagar para passar de fase. É possível superar todas as etapas sem gastar dinheiro? Com certeza. Essa foi uma de nossas primeiras decisões: oferecer um título que se pudesse jogar do início ao fim sem colocar a mão no bolso. Segundo nossas estatísticas, 70% dos nossos jogadores terminaram Candy Crush sem pagar nada.

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