Campus Party pode ser incubadora de projetos, diz executivo da Vivo
A convite de VEJA, Alexandre Fernandes, diretor de produtos da operadora, visitou o principal evento de tecnologia do Brasil. Confira a avaliação dele
Formado em ciências da computação pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, em Portugal, Alexandre Fernandes é diretor de produtos e serviços da operadora de telefonia Vivo há seis anos.
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Qual é sua primeira impressão da Campus Party? Participo da edição brasileira pela terceira vez e, neste ano, percebi que a ideia de conectar pessoas que compartilham os mesmos interesses começa a se intensificar. Os campuseiros estão mais focados em criar novos projetos também: identifiquei um número pequeno de pessoas que estão no espaço apenas para baixar programas e games. Além disso, a participação feminina cresceu. Uma coisa parece unir quase todos os presentes: o uso assíduo do Facebook para compartilhar informações. Por fim, gostei da escolha do pavilhão do Anhembi, mais organizado, apesar do intenso calor relatado pelos participantes.
É um ambiente propício para o desenvolvimento de projetos? A Campus se tornou uma oportunidade ímpar de estreitar relacionamentos e manter contatos profissionais. Trata-se de um espaço que reúne profissionais de diversas áreas – jornalistas, blogueiros, publicitários, desenvolvedores e programadores. Já participei de outros eventos semelhantes no exterior e não consigo encontrar nada parecido. A sociedade percebeu que os tempos mudaram: ser geek está na moda. E, no Brasil, a Campus tem grande responsabilidade por esse novo paradigma.
O senhor identificou algum projeto que pode se tornar negócio? Ainda não percorri todos os segmentos do evento, mas acredito que realmente seja difícil montar a estrutura de um projeto em apenas sete dias. Neste caso, a Campus Party pode ser o pontapé inicial de um grande empreendimento.
A seleção de convidados para as palestras é boa? Consegui acompanhar duas excelentes palestras sobre inovação e empreendedorismo que estão no nível de qualquer outro grande evento, como o Mobile World Congress, principal feira de telecomunicações e internet móvel que acontece na Espanha.
A Campus é um bom lugar para recrutar talentos para a indústria? Durante nossa passagem pelo espaço, conseguimos conversar com dois profissionais que têm grandes chances de trabalhar na Vivo: são pessoas interessadas, que têm conhecimento na área de inovação e negócios e que se adaptam facilmente ao nosso ambiente de trabalho. Eles demonstraram, em poucos minutos, um espírito empreendedor. É o que buscamos no mercado.
O que não funcionou nesta quinta edição? Acredito que algumas das palestras ministradas por profissionais experientes e de renome deveriam ser mais aproveitadas pelos campuseiros. Eu me deparei com encontros que apresentavam um público um tanto tímido.
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