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‘App foi inspirado no mundo offline’, diz criadora do Lulu

Para a jamaicana Alexandra Chong, aplicativo que avalia homens reúne informações que as mulheres já costumam compartilhar fora do ambiente virtual

Por Renata Honorato
27 nov 2013, 07h33

“O Lulu foi inspirado no mundo real e ninguém pode falar que esse tipo de comportamento – o de avaliar homens – não existe”, diz Alexandra Chong, de 32 anos, fundadora do aplicativo Lulu, em sua primeira visita ao Brasil. Ela veio ao país para lançar o app, cujo objetivo principal é oferecer às mulheres um “Guia 4 Rodas de homens”. Por meio do programa, disponível para iOS e Android, as usuárias têm acesso a rankings e a avaliações individuais, todas anônimas, dos seus contatos masculinos do Facebook. Lançado nos Estados Unidos em fevereiro, o app já reúne mais de 1 milhão de usuárias. O Brasil é o segundo país do mundo a ganhar uma versão localizada do Lulu. Confira a seguir a entrevista exclusiva concedida ao site de VEJA, onde Alexandra conta como teve a ideia do aplicativo e explica a origem do curioso nome:

Como surgiu a ideia do Lulu? O Lulu reúne informações que as mulheres já costumam compartilhar fora do ambiente virtual. A ideia surgiu durante um brunch com umas vinte garotas, em Londres. Esse encontro aconteceu um dia depois do Dia dos Namorados e na ocasião compartilhamos histórias e experiências de relacionamentos. Nem todas eram amigas naquela mesa e algumas pessoas tinham acabado de se conhecer. Isso não impediu, no entanto, que a conversa fluísse bem. Isso só aconteceu porque não tinham homens no local. Se eles estivessem no mesmo ambiente, o conteúdo compartilhado seria diferente. Tomei nota, percebi que as mulheres dominavam as redes sociais e decidi levar essa conversa de bar para um ambiente digital. Por ora, focamos em relacionamento, mas nada impede que outras soluções voltadas à beleza ou carreira surjam no futuro.

O nome Lulu tem alguma coisa a ver com a personagem Luluzinha, criada pela cartunista Marjorie Henderson Buell? Não! Estava atrás de um nome legal para o aplicativo e lembrei-me de um apelido de infância. Lulu era como meu pai me chamava quando era uma garotinha.

Você sempre trabalhou nessa área? O que fazia antes do Lulu? Tenho um currículo bastante diferente. Meu pai é chinês-jamaicano, minha mãe canadense e eu nasci na Jamaica. Cresci jogando tênis e representei o meu país na Federation Cup, uma versão feminina da Copa Davis. Fui para Londres estudar Direito e quando voltei para a Jamaica acabei me envolvendo com política. Trabalhei em uma startup de tecnologia, em Londres, e esse foi meu primeiro contato com o mundo do empreendedorismo. Foi nessa época que nasceu a vontade de abrir uma empresa que usasse a tecnologia para melhorar a vida das pessoas.

E onde você mora hoje? Atualmente, moro em Londres. Mas estou me mudando para Nova York no começo do próximo ano.

Algumas pessoas têm chamado o Lulu de aplicativo sexista, já que permite às mulheres avaliar homens. Como você encara essas críticas? O Lulu foi inspirado no mundo real e ninguém pode falar que esse tipo de comportamento – o de avaliar homens – não existe. Alguns caras gostaram da ideia e nos Estados Unidos já recebemos mais de 5.000 pedidos para entrar no aplicativo. Para alguns, o Lulu oferece um feedback real, que ilustra o que as mulheres pensam deles. Já para outros, o app é uma bobagem. Há quem discorde das notas e por isso oferecemos um recurso bem simples para quem tem interesse em retirar o perfil do aplicativo.

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Quantas usuárias o Lulu possui no Brasil? Estamos há pouco mais de uma semana no Brasil e já alcançamos a posição de número 1 na App Store na categoria redes sociais. O aplicativo já registrou mais 5 milhões de visitas de garotas nos últimos dias. O número que tem me deixado mais animada é a média de visitas diárias: cada brasileira têm acessado o app, em média, nove vezes por dia. No país, mais de um milhão de reviews já foram criados no aplicativo.

Aplicativo Lulu
Aplicativo Lulu (VEJA)

E qual é a idade média das usuárias? O Lulu é muito popular entre as mulheres jovens na faixa dos vinte e poucos anos. Nos Estados Unidos, começamos no mercado universitário, mas nos últimos meses temos percebido que a popularidade do app está crescendo em grandes cidades, como Nova York. No Brasil, nossa estratégia é similar. Começamos em Campinas, onde há um número grande de universitárias, mas agora a base começa a ganhar usuárias de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. No geral, nosso público é formado por profissionais em começo de carreira.

Algumas garotas têm ciúmes de ler avaliações que outras mulheres deixam para seus maridos, namorados ou noivos. Você tem essa mesma percepção? Meu namorado também está no Lulu e ele gosta da ideia de ser avaliado. Para ele, o app é uma boa oportunidade de saber o que as mulheres estão pensando. Fiquei curiosa quando vi que uma garota tinha analisado o meu namorado, mas isso não mudou em nada o que sinto por ele ou a confiança que tenho nele. O Lulu é uma plataforma de opinião e opiniões mudam de mulher para mulher.

Como você espera ganhar dinheiro com esse aplicativo? Claro que monetizar um produto é importante, mas neste momento estamos focados em oferecer o melhor app. Nosso objetivo é criar uma boa experiência para as mulheres. Há muitas possibilidades envolvendo publicidade. Há companhias, por exemplo, que estão criando seus próprios perfis. Uma marca brasileira de chocolate já fez isso. Nesse caso foi possível avaliar o que as mulheres da rede achavam do chocolate. Há muitas oportunidades, já que as opiniões femininas são importantes não só para os rapazes, mas também para as marcas.

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Existem planos de criar um aplicativo para homens ou para o público LGBT? Por ora, estou focada em criar um produto para mulheres, porque esse é o meu universo. Eu não acho que os homens se comunicam da mesma forma e para eles talvez funcionasse melhor um Lulu de futebol (risos).

Quão seguro é o Lulu para as usuárias? Para o Lulu, segurança e privacidade são as preocupações número um. Esses são os principais valores do app. Precisamos oferecer um ambiente seguro para que as mulheres se sintam à vontade para avaliar os homens. Nenhum dado é revelado e todas as avaliações são anônimas. Somente nos conectamos ao Facebook para checar o gênero e para disponibilizar a lista de amigos. Somente são analisados garotos que estejam na rede de amigos da usuária.

Por que o Brasil é um mercado interessante para o Lulu? Viemos para o Brasil por várias razões. O Brasil é um dos maiores mercados no setor de redes sociais no mundo. Trata-se da segunda maior comunidade no Facebook e no YouTube. Há muitos Early Adopters no país. O Brasil também é conhecido pela sua vida noturna e por suas festas, ambientes nos quais o Lulu tem grande relevância.

Leia também:

Lulu: o app para mulheres tratarem homens como objeto

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