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A encruzilhada do Google após a compra da Motorola

Com uma fábrica de celulares e tablets nas mãos, o gigante manterá parcerias com fabricantes? Ou apostará no desenvolvimento de aparelhos próprios?

Por Renata Honorato
16 ago 2011, 19h09

O Google deixou claro, ao anunciar a compra da Motorola Mobility, nesta segunda-feira, que está de olho nas patentes pertencentes à sua nova aquisição. Larry Page, CEO da companhia, foi claro a respeito: “A aquisição da Motorola vai aumentar nossa competitividade por meio do reforço à carteira de patentes do Google. Isso nos ajudará a proteger melhor o Android de ameaças vindas da Microsoft, Apple e outras companhias.”

Analistas concordam que, de posse da propriedade das invenções da Motorola, o Google fortalecerá o Android, seu sistema operacional para dispositivos móveis, evitando reclamações judiciais e pagamentos de royalties a donos das patentes (a Microsoft, por exemplo). Paira no ar, contudo, uma dúvida: com uma fábrica de celulares e tablets nas mãos, a Motorola Mobility, manterá parcerias com fabricantes como HTC, Sony Ericsson e Samsung, que alimentam seus celulares e tablets com Android? Ou apostará suas fichas no desenvolvimento de aparelhos próprios?

Page fez questão de acalmar os ânimos de parceiros, tentando afastar a segunda hipótese. Afirmou que as duas companhias (Google e Motorola) seguirão independentes. Prevendo a especulação, adiantou declarações positivas dos principais parceiros do Android, que se mostraram otimistas em relação à nova aquisição. É também a visão de Fernando Belfort, analista sênior da consultoria Frost & Sullivan: “O Google não quer aprender a fabricar hardware e nem competir com as fabricantes. O que ele quer é aprimorar seu sistema operacional e, assim, oferecer um produto melhor a seu usuário”, diz.

De fato, as cerca de 17.000 patentes adquiridas pelo Google com a compra da Motorola devem dar ao gigante de buscas uma posição confortável frente à concorrência. Além de facilitar o desenvolvimento de novas ferramentas, que não exigiriam o pagamento de royalties aos donos das tecnologias, a empresa ainda poderia retirar dos parceiros do Android o ônus de pagar direito de propriedade intelectual a outras companhias. Vale lembrar, atualmente o Android está presente em 43% dos smartphones de todo mundo.

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Apesar das evidências de que esse é o caminho planejado, não falta quem aponte que o fato de o gigante agora dominar software e hardware levará naturalmente ao desenvolvimento de celulares e tablets Google. E isso criaria uma situação completamente nova: ao invés de parceiro de empresas que usam o Android, o gigante passaria a ser um competidor.

O curioso é que essa hipótese poderia abrir uma brecha para um grande rival do Google: a Microsoft e seu sistema operacional para dispositivos móveis, Windows Mobile Phone. Pressionadas pelo novo competidor, HTC, Sony Ericsson e Samsung poderiam, em tese, abandonar o barco do Android e abraçar o sistema da Microsoft. “Esse seria um ótimo momento para o crescimento de uma terceira plataforma”, diz Bruno Freitas, analista de mercado da IDC Brasil.

Sobre a Microsoft, aliás, circula no mercado de tecnologia o boato de que a empresa criada por Bill Gates alimenta planos semelhantes aos do Google: comprar sua fábrica de dispositivos. Nesse caso, em lugar da Motorola, seria a vez da Nokia, com quem a Microsoft mantém estreito relacionamento, fornecendo o Windows Mobile Phone aos smartphones da companhia finlandesa. Se essa previsão se concretizar em meio à guerra de gigantes, o movimetno do Google pode favorecer o adversário.

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