Criada na década de 1990, a Lei Rouanet, principal mecanismo legal de financiamento público de cultura, pretendia fomentar produtos que, de outra forma, não se viabilizariam. Tornou-se uma muleta para produtores culturais preguiçosos. Viciou o segmento com duas distorções. Em primeiro lugar, confere unicamente ao estado o poder de decidir quais artistas e projetos terão ou não direito a receber a bênção pública – o processo fica a cargo das engrenagens do Ministério da Cultura (MinC). Em segundo, autoriza empresas a transferir para os bolsos dos produtores eleitos dinheiro que seria recolhido aos cofres públicos na forma de impostos – que, de outra forma, poderiam ser transformados em escolas, hospitais, estradas…