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Vitamina em excesso pode ser prejudicial, diz relatório

Segundo documento, maior parte das pessoas já possui quantidades adequadas de vitamina D no sangue

Por The New York Times
1 dez 2010, 14h39

Mulheres mais velhas, que usam o cálcio em excesso, correm o risco de cálculos renais. E há evidências de que o excesso de cálcio pode aumentar o risco de doenças cardíacas

Os altíssimos níveis de vitamina D que costumam ser recomendados por médicos – e que só podem ser obtidos por suplementos – são desnecessários e podem ser prejudiciais, segundo um comitê de especialistas. O grupo também concluiu que suplementos de cálcio não são necessários. Os 14 integrantes do comitê de especialistas foram convocados pelo Instituto de Medicina, uma organização científica sem fins lucrativos, a pedido dos governos dos Estados Unidos e Canadá. O grupo examinou as informações disponíveis – cerca de mil artigos – para determinar o volume de vitamina D e cálcio que as pessoas estão consumindo, quanto é necessário para uma boa saúde e quanto é excessivo.

O grupo afirmou que a maioria das pessoas tem quantidades adequadas de vitamina D no sangue fornecidas por suas dietas e fontes naturais, como a luz do sol, de acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira. “Para muitas pessoas, doses extras de cálcio e vitamina D não são indicadas”, disse Clifford Rosen, membro do painel e especialista em osteoporose do instituto de pesquisa do Maine Medical Center.

Christopher Gallagher, diretor da unidade de metabolismo ósseo da escola de medicina da Universidade Creighton, em Nebraska, concorda. E acrescenta: “É responsabilidade de quem propõe suplementos de vitamina D e cálcio mostrar que a prática é segura antes de empurrar isso para as pessoas”.

Moda – Nos últimos anos, a ideia de que quase todo mundo precisa de doses extras de cálcio e especialmente vitamina D varreu os Estados Unidos. Em relação ao cálcio, garotas adolescentes formam talvez o único grupo em que o consumo está um pouco abaixo do necessário. Mulheres mais velhas, por outro lado, podem estar usando em excesso, correndo risco de cálculos renais. E há evidências de que o excesso de cálcio pode aumentar o risco de doenças cardíacas, escreveu o grupo.

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Sobre a vitamina D, alguns médicos proeminentes disseram que a maioria das pessoas precisa de suplemento, ou terá maior risco de contrair uma variedade de enfermidades, incluindo problemas cardíacos, câncer e doenças autoimunes. E mais e mais pessoas, atualmente, conhecem seu nível de vitamina D, pois isso é avaliado em exames de rotina.

“O número de exames de vitamina D explodiu”, disse Dennis Black, que revisou o relatório e é professor de epidemiologia e bioestatística na Universidade da Califórnia, em São Francisco.

Ao mesmo tempo, as vendas de vitamina D dispararam, crescendo mais depressa do qualquer outro suplemento, de acordo com The Nutrition Business Journal. As vendas aumentaram 82% entre 2008 e 2009, alcançando 430 milhões de dólares. “Todo mundo tem esperança de que a vitamina D seja uma espécie de panaceia”, disse Black. O relatório, acrescentou, poderia acabar com essa loucura. “Acredito que isso terá impacto em muitos profissionais de saúde.”

Sem evidências – A vitamina D e o cálcio trabalham juntos na saúde dos ossos. A saúde óssea é, no entanto, apenas um dos benefícios atribuídos à vitamina D, e não há evidências suficientes para apoiar a maioria dos outros benefícios, disse o comitê. Alguns laboratórios passaram a relatar um nível de menos de 30 nanogramas de vitamina D por mililitro de sangue como deficiência da vitamina. Com isso como padrão, 80% da população pode ser classificada como deficiente em vitamina D, disse Rosen. A maioria das pessoas precisaria tomar suplementos para alcançar níveis superiores a 30 nanogramas por mililitro, acrescentou. Mas o comitê concluiu que um nível entre 20 e 30 nanogramas é suficiente para a saúde óssea e praticamente todo mundo está dentro desse quadro.

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A vitamina D é obtida a partir da ingestão de muitos alimentos, disse Paul Thomas, do departamento de suplementos alimentares do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Está presente no suco de laranja, leite e em cereais matinais – e agora pode ser encontrada em doses muito elevadas em comprimidos de suplementos. A maioria das pílulas de vitamina D, disse ele, costumam ter não mais de mil unidades internacionais de vitamina. Mas agora é fácil encontrar comprimidos, até em supermercados, com mais de 5.000 unidades. Segundo o comitê, as pessoas precisam de apenas 600 unidades diárias.

Para avaliar a quantidade de vitamina D e cálcio que as pessoas recebem, o painel estudou os dados nacionais sobre dietas. A maioria das pessoas, concluíram, obtém cálcio dos alimentos, cerca de 1.000 miligramas diárias para a maioria dos adultos (1.200 para mulheres entre 51 e 70 anos).

A vitamina D é mais complicada, disse o grupo. Em geral, a maioria das pessoas não recebe vitamina D de sua dieta, mas tem vitamina suficiente no sangue, provavelmente porque também a obtém naturalmente, por meio do sol.

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