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Teste usa “biópsia líquida” para detectar câncer pelo sangue

Técnica analisa pedaços de DNA dos tumores que passam a circular na corrente sanguínea. Estudo comprovou eficácia do exame, especialmente em tumores avançados no pâncreas e ovário

Por Da Redação
20 fev 2014, 10h44

Um estudo publicado nesta quarta-feira comprovou a eficácia de uma técnica que, em um futuro próximo, poderá permitir o monitoramento do câncer por meio de exames de sangue e, talvez, em um futuro um pouco mais distante, a detecção precoce de tumores pequenos demais para serem percebidos pelos métodos de diagnóstico convencionais.

Apelidada de “biópsia líquida”, a estratégia é baseada na análise de pedaços de DNA que vazam dos tumores para a corrente sanguínea, chamados de DNA tumoral circulante (ou ctDNA, na sigla em inglês). Eles funcionam como impressões digitais da doença, que os cientistas podem “ler” para extrair informações genéticas essenciais para a caracterização do tumor e a seleção do melhor curso de tratamento.

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A principal vantagem seria a possibilidade de monitorar continuamente a doença por meio de um método relativamente simples, rápido e não invasivo. É uma técnica mais prática do que as biópsias convencionais de tumores, que muitas vezes estão em locais de difícil acesso no corpo, além de ser mais informativa do que o monitoramento de outros marcadores moleculares, como o PSA, relacionado ao câncer de próstata.

“É uma estratégia que, provavelmente, vai ter uma utilidade clínica muito grande”, diz Suely Marie, pesquisadora brasileira do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e uma das autoras do estudo.

A pesquisa, feita por uma equipe internacional de pesquisadores, foi coordenada pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Os resultados foram publicados na revista Science Translational Medicine.

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Testes – O estudo fez uso do ctDNA na detecção e caracterização de tumores de 640 pacientes com vários tipos de câncer. A eficácia da técnica variou entre 50% e 75%, dependendo do tipo de tumor e do estágio da doença. A eficiência mais alta foi na detecção de tumores avançados do pâncreas, ovários, intestino, bexiga, esôfago, mama e pele. A mais baixa foi para tumores primários nos rins, próstata, tireoide e no cérebro – órgão no qual o trabalho da pesquisadora brasileiras está mais focado.

“Estamos na luta ainda para encontrar biomarcadores eficientes para tumores do sistema nervoso central”, afirma Suely. A dificuldade, neste caso, deve-se a uma barreira natural de membranas que isolam o cérebro e a medula espinhal do sistema circulatório em geral.

A aplicação mais imediata da técnica, segundo Suely, deverá ser no monitoramento de casos de câncer já diagnosticados. As informações genéticas contidas no ctDNA podem dar pistas importantes sobre a melhor maneira de combater a doença, tornando a terapia mais personalizada e, consequentemente, mais eficiente.

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(Com Estadão Conteúdo)

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