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Suplementos de cálcio podem dobrar risco de ataque cardíaco

Embora consumo moderado do nutriente por meio de alimentos possa proteger o coração, o uso frequente de suplementos é prejudicial

Por Da Redação
24 Maio 2012, 12h02

Tomar suplementos de cálcio, que costuma ser recomendado para evitar desgaste ósseo em idosos e mulheres que passaram pela menopausa, pode dobrar o risco de um ataque cardíaco. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita com mais de 20.000 pessoas e publicada nesta quarta-feira no periódico Heart, que pertence à publicação British Medical Journal (BMJ).

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Associations of dietary calcium intake and calcium supplementation with myocardial infarction and stroke risk and overall cardiovascular mortality in the Heidelberg cohort of the European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition study

Onde foi divulgada: periódico Heart

Quem fez: Kuanrong Li, Rudolf Kaaks, Jakob Linseisen e Sabine Rohrmann

Instituição: Centro Alemão de Pesquisa em Câncer e Universidade de Zurique, Suíça

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Dados de amostragem: 23.980 pessoas de 35 a 64 anos

Resultado: Quantidades moderadas de cálcio ao dia diminuem risco de ataque cardíaco em 31%, mas suplementos do nutriente podem chegar a dobrar esse risco

Embora estudos anteriores tenham mostrado o contrário, ou seja, que o cálcio pode proteger o coração contra diversas doenças, essa nova pesquisa indicou que, apesar de o consumo moderado do nutriente possa ser benéfico, o uso frequente de suplementos do composto prejudica a saúde cardíaca.

Nesse estudo, pesquisadores do Centro Alemão de Pesquisa em Câncer e da Universidade de Zurique, na Suíça, acompanharam, ao longo de onze anos, 23.980 pessoas que tinham entre 35 e 64 anos quando o trabalho começou. Durante esse período, os participantes responderam a questionários sobre hábitos alimentares e consumo de suplementos vitamínicos. Ao final da pesquisa, foram registrados 354 ataques cardíacos, 260 derrames e 267 mortes.

O trabalho indicou que indivíduos ingeriam quantidades moderadas de cálcio (820 miligramas ao dia) tanto por fontes alimentares quanto por suplementos, tiveram 31% menos chances de sofrer um ataque cardíaco do que aqueles que menos consumiam o nutriente. No entanto, os participantes que ingeriam mais do que 1.1 miligramas de cálcio ao dia não tiveram menores riscos de problemas cardíacos.

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Os pesquisadores também descobriram que as pessoas que fizeram uso regular de suplementos de cálcio, além de outros suplementos de vitaminas e minerais, foram 86% mais propensos a terem um ataque cardíaco do que as pessoas que não tomavam o suplemento. Esse risco foi ainda maior entre os que fizeram uso apenas de suplementos de cálcio: eles tiveram o dobro de chances de enfartarem do que quem não fez uso de nenhum suplemento.

Saiba mais

CÁLCIO

O cálcio pode ser encontrado em alimentos como os laticínios, alguns vegetais, especialmente os de folhas verdes (brócolis, couve-flor e repolho roxo), peixes como sardinha e salmão, feijão, entre outros. O Ministério da Saúde recomenda o consumo de 1.000 miligramas de cálcio ao dia para adultos e de 700 miligramas para crianças de 7 a 10 anos. 100 gramas de queijo muzzarela, por exemplo, tem 875 miligramas de cálcio.

Prós e contras – Os autores do trabalho afirmam que, mesmo que esses suplementos protejam mulheres que passaram pela menopausa da osteoporose, esse efeito é modesto, diminuindo, em média 10% os riscos das pacientes terem o problema. Uma pesquisa publicada em abril de 2011 no BMJ mostrou que esses suplementos aumentam em 25% as chances das mulheres terem um infarto. Os autores desse estudo concluíram, então, que esses riscos superam a eficiência do produto em prevenir problemas como as fraturas ósseas.

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“Os suplementos de cálcio têm sido amplamente adotados por médicos e pela população em geral, que o consideram um produto natural benéfico para a saúde dos ossos. No entanto, está se tornando claro que esse nutriente em doses concentradas diárias não é natural, já que não produz os mesmos efeitos do que o cálcio obtido por fontes alimentares”, escreveram os autores no artigo. “Devemos voltar a ver de cálcio apenas como um componente importante de uma dieta equilibrada, e não como um remédio milagroso de baixo custo para o desgaste ósseo na pós-menopausa”.

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