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Pesquisa usa pasta de amendoim para detectar Alzheimer

Equipe descobriu que pessoas em estágio inicial da doença apresentam dificuldades em detectar certos odores com a narina esquerda - entre eles, o do alimento

Por Da Redação
11 out 2013, 12h24

Por mais estranho que pareça, um pouco de pasta de amendoim e uma régua podem ser suficientes para diagnosticar a doença de Alzheimer em estágio inicial. A curiosa descoberta faz parte de um pequeno estudo feito na Universidade da Flórida e que será publicado na próxima semana no periódico Journal of the Neurological Sciences.

Na pesquisa, a equipe descobriu que pacientes na fase inicial da doença têm mais dificuldade em identificar determinados odores quando respiram somente com a narina esquerda. Isso pode ser explicado pelo fato de a habilidade de uma pessoa sentir cheiros estar associada a um nervo localizado em uma das primeiras partes do cérebro que é afetada pelo Alzheimer. Essa região, além do olfato, também é responsável pela formação de novas memórias.

A pesquisa começou quando Jennifer Stamps, pesquisadora do Centro para Olfato e Paladar do Instituto do Cérebro da universidade, decidiu criar um teste de olfato para pessoas com Alzheimer. Orientada por Kenneth Heilman, professor de neurologia da Universidade da Flórida, Jennifer chegou à conclusão de que a pasta de amendoim era uma boa opção para isso pois tem, segundo ela, um “odor puro”. Além disso, o alimento é bastante comum nos Estados Unidos e poderia ser reconhecido facilmente pelos pacientes.

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O teste criado por Jennifer e Heilman foi ser realizado com 94 pacientes que, pelos sintomas, poderiam ter algum tipo de demência, incluindo o Alzheimer, ou comprometimento cognitivo leve. Nenhum deles, porém, havia recebido um diagnóstico até então.

Às cegas – O teste foi feito da seguinte forma: os médicos que atenderam cada indivíduo possuíam 14 gramas de pasta de amendoim (o equivalente a uma colher de sopa) e uma régua métrica. Os pacientes, então, com uma das narinas, boca e olhos fechados, foram orientados a tentar detectar o cheiro da pasta de amendoim. O médico aproximava o alimento do paciente em um centímetro a cada vez que ele não conseguia adivinhar o cheiro. Para isso, contou com a ajuda da régua. Depois, o mesmo procedimento foi feito com o mesmo indivíduo, mas dessa vez com a outra narina tampada.

Os médicos que realizaram o teste não sabiam do diagnóstico dos pacientes, que, de maneira geral, foi confirmado algumas semanas após esse exame.

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Diferenças – Ao saber dos diagnósticos, a equipe observou que aqueles que apresentavam um estágio inicial de Alzheimer foram os que tiveram uma grande diferença na capacidade de detectar o odor entre as narinas esquerda e direita. Nesses casos, os pacientes somente conseguiram detectar o odor com a narina esquerda quando a pasta de amendoim estava, em média, a uma distância de 5,1 centímetros do nariz. Usando a narina direita, eles foram capaz de identificar o odor com uma distância média de 17,4 centímetros.

Os indivíduos que tinham outros tipos de demência, por outro lado, não apresentavam, no geral, diferenças entre as duas narinas. E, se havia diferença, a narina mais prejudicada era a direita, e não a esquerda.

Apesar dos resultados, os pesquisadores acreditam que mais estudos são necessários para compreender melhor de que forma o olfato prejudicado pode indicar a presença do Alzheimer. Segundo Jennifer, o teste pode ser usado, por enquanto, para confirmar diagnósticos, e não como único método para identificar a doença. “Pretendemos estudar pacientes com comprometimento cognitivo leve para saber se esse teste pode prever quais pacientes com o problema terão Alzheimer no futuro”, disse a pesquisadora em um comunicado divulgado pela universidade.

Em vídeo (em inglês), pesquisadora explica como o teste foi realizado:

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