Número de crianças obesas em famílias de baixa renda sofre queda nos Estados Unidos
Levantamento aponta que índice da doença baixou de 15,21% para 14,94% em sete anos; resultado indica progresso das políticas americanas de prevenção
A obesidade e a extrema obesidade estão em decréscimo em crianças de famílias americanas de baixa renda. A queda no número de casos entre crianças de dois a quatro anos ainda é modesta – de 15,21% em 2003 para 14,94% em 2010 -, mas já indica um progresso nos programas de prevenção à obesidade nos Estados Unidos. O levantamento, o primeiro a analisar a evolução da doença em famílias pobres, foi publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA).
“A obesidade e a obesidade extrema na infância, problemas que são mais prevalentes entre minorias e famílias de baixa renda social, foram associadas a fatores de risco cardiovasculares, aumento nos custos de saúde e morte prematura. Essas doenças no começo da infância provavelmente irão se estender para a vida adulta. Por isso, compreender as tendências da obesidade extrema é importante, já que a prevalência de riscos cardiovasculares aumenta conforme a gravidade da obesidade infantil”, diz Liping Pan, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês) de Atlanta.
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Levantamento – Foram analisados dados do Sistema de Vigilância Nutricional Infantil (PedNSS), dos Estados Unidos, que inclui quase 50% das crianças elegíveis para os programas de financiamento federal para a saúde e nutrição materna e infantil. A análise incluiu 26,7 milhões de crianças com idades entre dois e quatro anos, de 30 estados e do distrito de Columbia. Os dados são de 1998 a 2010.
Em 2010, a população que participou do estudo era ligeiramente mais nova, quando comparada à população de 1998. Os pesquisadores descobriram que a prevalência da obesidade aumentou de 13,05% em 1998 para 15,21% em 2003. Já a prevalência da obesidade extrema aumentou de 1,75% em 1998 para 2,22% em 2003. Em contrapartida, a prevalência da obesidade diminuiu ligeiramente para 14,94% em 2010; e a da obesidade extrema caiu para 2,07% em 2010.
“Esse é o primeiro estudo nacional a demonstrar que a prevalência da obesidade e da extrema obesidade entre crianças americanas começou a diminuir”, escreveram os autores. “Os resultados desse estudo indicam um progresso recente e modesto na prevenção da obesidade entre crianças pequenas. A descoberta pode ter implicações importantes na saúde, por causa dos riscos à saúde ao longo da vida, causados pela obesidade e pela extrema obesidade no começo da infância.”