Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

No Brasil, 34% dos diabéticos não sabem se têm tipo 1 ou 2 da doença

A maioria da população desconhece as causas mais comuns da moléstia, que afeta 13,4 milhões de brasileiros

Por Vivian Carrer Elias
22 out 2013, 19h43

O diabetes é uma doença cada vez mais prevalente no mundo. Só no Brasil afeta cerca de 13,4 milhões de pessoas – o país é o quarto no mundo com o maior número de diabéticos, ficando atrás somente da China, Índia e Estados Unidos. Mesmo assim, muitas características da moléstia ainda são pouco conhecidas – e muitas vezes compreendidas de forma errada. Um estudo da Sociedade Brasileira de Diabetes revelou que 34% das pessoas diagnosticadas com a doença não sabem se sofrem de diabetes tipo 1 ou 2 – um dado muito preocupante, já que ambos os problemas têm causas, complicações e tratamentos diferentes um do outro. Além disso, a maior parte dos entrevistados revelou desconhecer que o risco e o agravamento do diabetes tipo 2 estão relacionados ao sedentarismo e ao tabagismo. A maioria das pessoas associa a enfermidade apenas ao consumo de açúcar.

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, isto é, que acontece quando o corpo passa a atacar o próprio organismo. Nele, o pâncreas deixa de produzir quantidade suficiente de insulina, o hormônio que ajuda a controlar a taxa de açúcar no sangue. Pessoas com a condição precisam medir seus níveis de glicose várias vezes ao dia e repor a insulina por meio de injeções.

Leia também:

Estudo identifica alimentos que ajudam a controlar o diabetes tipo 1

Continua após a publicidade

O tipo 2 da doença, por outro lado, não é um defeito do sistema imunológico, mas sim consequência principalmente do excesso de peso. O fator genético, ou seja, o histórico da moléstia na família, também aumenta o risco da condição. Segundo Luiz Turatti, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, manter um peso saudável, praticar atividades físicas e não fumar são as melhores formas tanto de diminuir o risco da enfermidade quanto de evitar que ela se agrave.

“Não existem alimentos que provocam diretamente a doença. O principal causador é a obesidade, que é uma consequência do consumo de alimentos calóricos”, disse Turatti. “O açúcar sozinho não causa o diabetes, mas sim o hábito de consumir muitas calorias”, disse Balduino Tschiedel, presidente da sociedade, durante a apresentação da pesquisa, nesta terça-feira.

Veja também: Especialista tira dúvidas sobre diabetes

Falta de conhecimento – No levantamento, foram entrevistadas 1.106 pessoas de 18 a 60 anos que moravam em seis capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Recife. Entre os participantes, 9% disseram ter diabetes. Quando questionados sobre qual tipo da doença tinham, 37% afirmaram sofrer do tipo 1; 29%, do tipo 2; e 34% não souberam responder. “Seguramente os pacientes estão fazendo uma confusão. O diabetes tipo 2 representa cerca de 90% de todos os casos”, disse Tschiedel.

A maior parte dos entrevistados (85%) disse acreditar que o diabetes tipo 2 tem prevenção. Para eles, a principal forma de evitar a doença é reduzir o consumo de açúcar: 87% consideram que cortar o alimento diminui o risco da condição. Em seguida, foi apontado o menor consumo de gordura com forma de prevenir o diabetes tipo 2, mas somente 37% das pessoas se lembraram dessa medida. Os entrevistados também listaram praticar atividade física (30%), manter um peso saudável (21%), seguir uma dieta rica em fibras (13%) e não fumar (11%).

Somente 28% dos participantes consideraram que os exercícios físicos podem controlar o diabetes em pessoas que já têm a enfermidade – e nenhum deles se lembrou do tabagismo como um dos fatores capazes de piorar o quadro do diabetes tipo 2. “Manter o peso saudável e praticar exercícios deveriam estar no topo da lista dos principais fatores que previnem o diabetes e ajudam a tratar a doença”, disse Tschiedel. O médico lembra que reduzir o peso não cura a doença, mas sim ajuda a melhorar a resistência à insulina, o que impede que a moléstia se agrave e evita o uso de mais medicações.

Continua após a publicidade
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.