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Ministério da Saúde vai distribuir remédio para tratamento de leucemia

O Glivec (imatinib) será destinado a casos pediátricos de leucemias mieloide crônica e linfoblástica aguda

Por Da Redação
17 fev 2012, 15h17

O tratamento de crianças com leucemia passará a ser feito com remédio distribuído pelo Ministério da Saúde. Portaria publicada no Diário Oficial da União prevê o fornecimento pelo governo de um medicamento, o Glivec (imatinib), para casos pediátricos de leucemias mieloide crônica e linfoblástica aguda. Anualmente, são registrados cerca de 4.800 novos casos desses dois tipos de câncer em menores de 21 anos.

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Leucemia – A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.

Leucemia mieloide crônica – é uma doença que afeta pessoas de qualquer idade e sexo, mas é mais rara em crianças menores de 10 anos. No início, a doença pode ser assintomática. Depois, as pessoas acometidas pela doença podem ficar enfraquecidas, perder o apetite, ter redução de peso, além de sofrerem de febre.

Leucemia linfoide aguda – também pode ser chamada de leucemia linfoblástica aguda ocorre por conta de um dano genético adquirido no DNA de um grupo de células na medula óssea. Entre os sintomas estão os sinais de anemia, cansaço fácil, sonolência, manchas roxas que ocorrem em locais não relacionados a traumas, e o aumento do risco de infecção devido a diminuição na produção de glóbulos brancos.

Fontes: Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale)

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A compra centralizada deste medicamento para tratamento de pacientes adultos já é feita desde o ano passado. O objetivo da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) é ampliar essa estratégia para outros remédios usados no tratamento da doença. Atualmente, a maior parte do tratamento fica a critério dos médicos das unidades especializadas. A compra é feita localmente e o pagamento, feito por reembolso.

A prática, de acordo com secretário da SAS, Helvécio Miranda, dá margem a indicação incorreta da medicação e desvio de recursos. “Indícios de irregularidades foram identificados em alguns processos de compra destas drogas ao longo de 2009 e 2010”, disse.

Miranda afirma que a definição do pacote de medicamentos cuja compra deverá passar a ser centralizada deverá ser feita em um ano. A ideia da centralização e de protocolos rígidos não agrada parte de médicos e associações de pacientes, que temem a limitação da oferta de remédios. O receio é que o acesso a drogas mais caras, nas compras centralizadas, seja dificultado. Miranda, no entanto, diz que o problema não vai ocorrer .

Os protocolos – que indicam quais medicamentos devem ser usados e em que situação – servem como orientação básica. “As exceções estão previstas. Isto dá mais controle, evita desperdício.” De acordo com Miranda, a centralização da compra do Glivec trouxe em dois anos uma economia de R$ 400 milhões. “Como a compra é feita em escala, a margem de negociação para redução de preço é grande.” Ele afirma também que parte dos recursos foi poupada com indicação correta e sem desperdícios.

Opinião do especialista

Carmino de Souza

presidente da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia

“É algo novo para as crianças. Até agora, o Brasil não autorizava o uso do imatinib para as crianças. Esse medicamento já é utilizado há dez anos nos adultos. Não havia nenhuma razão científica para não ser fornecido antes para as crianças. É uma demanda muito antiga dos hematologistas e oncologistas pediátricos.

A compra e a distribuição centralizada é algo que já é feito há dez meses no caso dos adultos e também será feita em relação às crianças. Não critico uma política do governo que também é uma estratégia para economizar. Para funcionar, porém, o remédio precisa ser distribuído com agilidade pela Secretaria de Saúde e ter boa qualidade. Não é o caso do Brasil, mas em alguns países da América Latina o governo distribui medicamentos similares, que não têm sua eficácia comprovada.

Além disso, é preciso de planejamento em relação ao número de pacientes, que vai crescer com o passar dos anos. Então o governo precisa se planejar para comprar a quantidade suficiente para atender os novos doentes”.

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(Com informações da Agência Estado)

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