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Mais de cinco milhões de brasileiros vivem em municípios com risco de surto de dengue

Estão em risco moradores de 77 cidades que apresentaram alto índice de infestação do mosquito 'Aedes aegypti'

Por Vivian Carrer Elias
27 nov 2012, 16h28

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira, 5,7 milhões de brasileiros vivem nos 77 municípios que correm risco de surto de dengue. Os dados integram o Levantamento Rápido do Índice por Aedes aegypti (LIRAa), uma pesquisa que analisou a infestação do mosquito nos imóveis de 1.239 cidades de todo o país – dos municípios pesquisados, 375 estão em situação de alerta e 787 em situação satisfatória.

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DENGUE

É a doença endêmica mais disseminada no Brasil, presente em todos os estados. Causa febre aguda e pode matar. Em alguns casos, os sintomas podem não aparecer. Quando se manifestam, o paciente sente dores de cabeça, febre e dores no corpo. A doença é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve preferencialmente em ambientes onde há focos de acúmulo de água parada. O mosquito transmite o vírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviriade. Possui quatro tipos conhecidos: 1, 2, 3 e 4.

O Ministério classifica um município como em situação de risco quando mais do que 3,9% dos imóveis pesquisados apresentam larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Quando esse índice fica entre 1% e 3,8%, considera-se a cidade como em estado de alerta e, quando a incidência é menor do que 1%, a região está em situação satisfatória.

Jundiaí foi o único município do estado de São Paulo classificado como em situação de risco. Cidades como Guarujá, Bauru e Presidente Prudente estão entre as regiões paulistas que se encontram em estado de alerta. A capital paulista foi classificada com índice de infestação satisfatório. No estado do Rio de Janeiro, nenhum município foi classificado como em situação de risco, mas a capital se encontra em estado de alerta.

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O levantamento ainda mostrou que os principais focos de criação do mosquito da dengue variam de acordo com cada região do país. No Nordeste, por exemplo, 73,6% das larvas de Aedes aegypti se concentram em reservatórios de água. No Sudeste, por outro lado, o principal foco são os depósitos domiciliares (59,2%) e, na região Sul, no lixo (46,5%). As regiões Centro-Oeste e Norte têm uma distribuição mais homogênea entre esses três criadouros.

Epidemia – De acordo com os dados apresentados pelo Ministério da Saúde, o número de casos de dengue registrados entre janeiro e início de novembro de 2012 caiu 22% em relação ao mesmo período do ano anterior. Neste ano, foram 565.510 casos da doença contra 727.803 em 2011. A maior redução foi observada no Amazonas (93%).

Por outro lado, houve um aumento de casos de dengue nos estados de Roraima (56%), Tocantins (17%), Piauí (20%), Rio Grande do Norte (19%), Pernambuco (75%), Rio de Janeiro (11%), Sergipe (34%) e Bahia (30%). As maiores elevações ocorreram em Alagoas (239%) e no Mato Grosso (479%).

Casos graves – Segundo o levantamento, os casos graves diminuíram de 2011 para 2012. Entre janeiro e novembro desse ano, foram 3.774 casos graves da doença contra 10.507 no mesmo período do ano anterior – uma queda de 64%. A maior redução foi observada no estado do Amazonas (96%), seguido por Acre (94%), Roraima (94%) Paraná, (93%), São Paulo (83%), Espírito Santo (78%) e Rio de Janeiro (76%). Houve aumento do número de casos graves de dengue em estados da região Centro-Oeste. Só no Mato Grosso, o aumento foi de 291% – passando de 46 para 180 casos graves.

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Mortalidade – A quantidade de mortes por dengue registradas em 2012, de 247 óbitos, teve uma redução de 49% em comparação a 2011, quanto 481 pessoas morreram em decorrência da doença. A cidade que registrou o maior número de óbitos foi o Rio de Janeiro, mas foi o Nordeste a região brasileira que concentrou a maior quantidade de óbitos. Amapá, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal não tiveram nenhuma morte por dengue neste ano.

“Os dados mostram que nós estamos no caminho certo. Conseguimos um cenário de redução de casos e óbitos com uma estratégia de enfrentamento da dengue: não apenas ir atrás do mosquito, mas ainda uma melhoria da assistência básica, capacitação dos profissionais, aprimoramento das ações e informatização dos dados de vigilância epidemiológica”, diz o ministro da saúde Alexandre Padilha.

Os dados foram divulgados junto com o lançamento da nova Campanha Nacional de Combate à Dengue, cujo slogan é “Dengue é fácil combater, só não pode esquecer”. O foco das ações realizadas até o final de dezembro é mobilizar a população a praticar medidas simples de prevenção contra o Aedes aegypti. A partir de janeiro, o Ministério quer incentivar a população a reconhecer os sinais e sintomas da doença e quais as principais medidas que devem ser adotadas pela população, em caso de suspeita.

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