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Homofobia: o homem é mais intolerante do que a mulher

Preconceito no país é preocupante, em especial no comportamento masculino

Por Pollyane Lima e Silva
28 fev 2011, 07h54

O ESTUDO DA UNIFESP

A pesquisa de Cristina Lasaitis, comparou as diferenças de grupos formados por 39 voluntários, entre homo e bissexuais, heterossexuais sem preconceito e os que se declararam preconceituosos. A cada um foram apresentadas 40 imagens de casais heterossexuais e homossexuais, e eles tinham que relatar o que sentiam em uma escala que media os níveis de prazer, alerta e dominância. Ainda eram tomadas medidas fisiológicas, como suor das mãos, temperatura e movimento dos músculos faciais. O objetivo era entender como as pessoas reagem emocionalmente frente a imagens de conteúdo sexual. O que se observou:

– Homens heterossexuais se sentiram incomodados ao verem imagens de casais gays, mas tinham prazer ao ver fotos de casais de lésbicas

– Mulheres heterossexuais mostraram desagrado moderado frente a imagens de casais homossexuais, independentemente se fossem de gays ou de lésbicas

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– Voluntários homo e bissexuais apresentaram níveis de prazer altos e semelhantes diante dos três tipos de casais

Ao medir o preconceito de uma sociedade, o psicólogo americano Gordon Allport elaborou uma escala que vai de 1 (restrita a xingamentos) a 5 (disposição de exterminar o grupo, como acontece em países que punem a homossexualidade com pena de morte). Os níveis 2 e 3 representam, respectivamente, exclusão e discriminação. E o Brasil, de acordo com a pesquisadora Cristina Lasaitis, se encaixa na segunda pior faixa, a 4, que se refere à agressão física e ao assassinato. E uma das principais culpadas por esse quadro preocupante é a cultura machista ainda dominante no país. “Seus mitos de virilidade regulam o status social entre os homens”, explica.

Mas o preconceito deles, em geral, se limita a casais formados por dois homens e não necessariamente por duas mulheres – o que está ligado ao já conhecido estereótipo de suas fantasias sexuais. “De maneira interessante, enquanto tendiam a ‘erotizar’ as lésbicas, os homens heterossexuais declaravam profundo desagrado frente a imagens de gays” durante o estudo elaborado pela Unifesp (veja detalhes ao lado).

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‘Normas tradicionais’ – Segundo a pesquisadora, a homofobia se mostra muito específica nos homens, enquanto as mulheres costumam apresentar respostas menos negativas. Isso acontece porque, em geral, eles dão mais importância às normas sociais tradicionais – como a de que homem deve ficar apenas com mulher e vice-versa.

É a “cultura do macho”, como Cristina define. “O perigo é que essa ideologia – a masculinidade – parece só existir na negação obsessiva da feminilidade e da homossexualidade. Criou-se a ideia de que para ser um ‘verdadeiro homem’ é necessário ser homofóbico, sendo parte do seu papel apontar, reprimir, humilhar, ridicularizar e até agredir aqueles que não se enquadram no mesmo perfil.”

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