Gene da obesidade reduz risco de depressão, diz estudo
Mas a diminuição de risco é modesta e não deve fazer muita diferença no dia a dia de uma pessoa, afirmam os pesquisadores
Pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, identificaram que o principal gene que predispõe uma pessoa à obesidade também pode ser considerado o “gene da felicidade”, já que reduz o risco de ter depressão. A descoberta faz parte de um estudo publicado nesta semana no periódico Molecular Psychiatry.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: The protective effect of the obesity-associated rs9939609 A variant in fat mass- and obesity-associated gene on depression
Onde foi divulgada: periódico Molecular Psychiatry
Quem fez: David Meyre, Zena Samaan e equipe
Instituição: Universidade McMaster, Canadá
Dados de amostragem: 17.200 amostras de DNA
Resultado: A variação genética do gene FTO, conhecida por ser um importante fator que predispõe à obesidade, reduz o risco de depressão em 8%
O estudo se baseou em 17.200 amostras de DNA de pessoas de 21 países diferentes. De acordo com David Meyre, coordenador da pesquisa, seu grupo partiu do pressuposto de que a variação genética ligada à obesidade está, de alguma forma, associada à depressão. A equipe, então, descobriu que tal variante reduz em 8% o risco de depressão. “Essa diminuição de risco é modesta e não deve fazer muita diferença no dia a dia de uma pessoa, mas é uma importante descoberta sobre a base molecular da depressão”, afirma Meyre.
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Segundo esses autores, essas conclusões desafiam a ideia de que a obesidade e a depressão andam juntas. Eles explicam que muitos acreditam que a obesidade, por causar insatisfação com o próprio corpo e discriminação social, pode levar um indivíduo a sentir-se deprimido, enquanto uma pessoa com depressão, por ter maior predisposição ao sedentarismo e a uma má alimentação, pode se tornar obesa.
Fator genético – Embora a epidemia de obesidade que o mundo vive hoje seja muito atribuída a fatores ambientais, como a alimentação e o estilo de vida da população, diversos estudos sugerem que a tendência ao excesso de peso também está associada a fatores genéticos. O principal identificado até agora é uma variação do gene FTO (do inglês ‘fat-obesity’, ou ‘gordura e obesidade’). Segundo estudos anteriores, embora a variante aumente o risco de um indivíduo se tornar obeso, seus efeitos podem ser atenuados com a prática de atividade física.
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