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Fumantes acreditam que alguns cigarros não fazem mal à saúde, diz estudo

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira mostra que fumantes ainda vivem em “negação” sobre os verdadeiros riscos do fumo. Consumo de cigarro eletrônico triplicou em um ano entre os jovens dos Estados Unidos

Por Da Redação
17 abr 2015, 15h39

Os fumantes ainda subestimam os males do cigarro para a saúde, mesmo após décadas de pesquisas e campanhas sobre o impacto negativo do fumo. A revelação é de uma pesquisa realizada na França, que descobriu que um terço dos fumantes considera que o consumo de até 10 cigarros por dia não aumenta a probabilidade de ter câncer de pulmão e apenas metade acredita que seu risco de desenvolver a doença está acima da média da população. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, durante a Conferência Europeia de Câncer de Pulmão (ELCC, na sigla em inglês), na Suíça.

De acordo com os especialistas, esses resultados refletem uma situação comum internacionalmente.

“Fumantes frequentemente tendem a subestimar os riscos do cigarro e isso faz pensar que a ‘negação’ ainda é predominante. Isso mostra a prevalência da falta de conhecimento, o que é espantoso e lamentável após anos de luta e campanhas de conscientização contra o tabaco”, afirma Carolyn Dresler, membro da Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão (IASLC, na sigla em inglês).

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Falta de conhecimento – A equipe de pesquisadores analisou dados de uma pesquisa realizada com 1 602 franceses, entre 40 e 75 anos. Destes, 1 463 não tinham histórico de câncer, embora 481 fossem ex-fumantes e 330 fumantes, com uma média de 14,2 cigarros por dia. Os resultados também mostraram que menos de 40% das pessoas estavam cientes de que o risco de desenvolver a doença nunca desaparece – mesmo após parar de fumar – e apenas metade dos entrevistados afirmou não há fumo seguro. “Essas descobertas são impressionantes e alarmantes, pois sugerem que muitas pessoas consideram ‘seguro’ fumar poucos cigarros por dia”, disse médico Laurent Greillier, principal autor do estudo.

Para ele, os fumantes sabem que fumar é um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, principalmente o de pulmão. “O problema é que eles consideram que estes riscos não estão relacionados a elas, mas somente a outras pessoas”, diz.

Cigarro eletrônico entre jovens – O efeito dessa “negação” pode ser ainda mais danosa entre os jovens. Um relatório publicado quinta-feira nos Estados Unidos também mostra outro dado preocupante: em um ano, o uso de cigarro eletrônico triplicou entre estudantes do ensino fundamental e médio no país. O uso de narguilé também dobrou em estudantes dessa faixa etária e formas tradicionais de fumo como cigarros e charutos diminuíram.

O levantamento realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) concluiu que o uso de cigarro eletrônico por alunos do ensino médio aumentou de 4,5% em 2013 para 13,4% em 2014, ou seja, passou de 660.000 estudantes para 2 milhões. Já entre os alunos do ensino fundamental (1º ao 9º ano), o uso aumentou de 1,1% para 3,9% no mesmo período.

A proposta do cigarro eletrônico é oferecer nicotina sem expor o indivíduo aos prejuízos da queima do fumo (e das substâncias cancerígenas derivadas do tabaco). Enquanto alguns estudos sugerem que o dispositivo pode ajudar o fumante a largar o vício, outros não apontaram benefício algum e mostraram que o cigarro eletrônico pode ser tão maléfico quanto o comum.

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Nos Estados Unidos o produto ainda não está aprovado pela Food and Drug Administration, órgão regulador americano, mas o comércio não é proibido. No Brasil a comercialização de cigarros eletrônicos é proibida, pois ele ainda não foi aprovado dela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo as autoridades ainda não existem estudos que comprovem seus efeitos em longo prazo, por isso a demora na aprovação pelas agências.

As autoridades ressaltam que independente da forma como é consumida, a nicotina é perigosa para crianças e jovens de qualquer idade. A exposição do cérebro à substância pode causar danos permanentes no desenvolvimento cerebral e levar ao vício.

(Da redação)

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