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Filhos de pais mais velhos correm mais riscos de ter autismo, diz pesquisa

Chances da doença aumentam quando pai ou mãe têm mais de 35 anos

Por Da Redação
3 fev 2012, 16h10

Crianças que nascem de pais com mais de 35 anos têm maiores chances de desenvolver autismo, segundo um estudo divulgado na edição de janeiro do periódico Annals of Epidemiology. A pesquisa, que foi desenvolvida na Universidade de Aarhus, na Dinamarca, ainda concluiu que o risco é o mesmo tanto se um dos pais tiver mais de 35 anos quanto se os dois forem mais velhos.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Parental Age and Autism Spectrum Disorders

Onde foi divulgada: periódico Annals of Epidemiology

Quem fez: Erik Thorlund Parner, Simon Baron-Cohen, Marlene B. Lauritsen, Meta Jørgensen, Laura A. Schieve, Marshalyn Yeargin-Allsopp e Carsten Obel

Instituição: Universidade de Aarhus, Dinamarca

Dados de amostragem: 19.500 crianças com autismo

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Resultado: Pais e mães com mais de 35 anos apresentaram de 28% a 65% mais chances de ter filhos com autismo

Segundo os pesquisadores, esse talvez seja um indício de que os espermas ou óvulos mais velhos talvez sofram mais mutações que podem provocar riscos de filhos com autismo. Entretanto, o estudo não chegou a uma conclusão sobre o motivo pelo qual os pais maiores de 35 anos tiveram mais crianças com o problema.

A pesquisa – Foram recolhidos dados de mais de 9.500 crianças que haviam sido diagnosticadas com autismo. Os pesquisadores observaram que, em comparação com homens que foram pais com menos de 35 anos, pais com mais idade tinham um risco 28% maior de ter filhos com a doença. Entre as mulheres, essa porcentagem variou entre 21% e 37%. Esse índice foi de 37% a 55% em relação aos homens acima de 40 anos. Em relação às mulheres, a variação foi de 28% a 65%. Quando mãe e pai eram mais velhos não houve aumento dos riscos comparado a quando apenas um dos pais tinha mais de 35 anos.

Para os especialistas, os resultados mais surpreendentes foram aqueles que mostraram que os riscos não aumentam com a soma da idade de pai e mãe. Porém, uma explicação para esse ‘efeito não cumulativo’ ainda não existe. Eles consideram que mais estudos são necessários para que se possa afirmar com precisão que pais mais velhos têm mais chances de conceber filhos com autismo.

Autismo- O autismo é um distúrbio onde se é incapaz de estabelecer relações sociais normais, comportando-se de maneira compulsiva e ritual. O distúrbio, que pode impedir o desenvolvimento normal da inteligência, afeta cinco em cada 10.000 crianças e é de duas a quatro vezes mais frequente no sexo masculino.

Opinião do especialista

Adelino Amaral Silva

presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)

Para o médico presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Adelino Amaral Silva, os maiores riscos de problemas de saúde em filhos de mães mais velhas já era algo conhecido, uma vez que os óvulos envelhecem junto com a mulher. “A idade da mulher está diretamente associada a riscos de problemas na hora da divisão celular, mas o real motivo para isso acontecer não está claro. O que sabemos é que a associação é algo recorrente”, diz.

Porém, tais problemas durante a divisão celular acarretam doenças genéticas como a Síndrome de Down, por exemplo, o que não é o caso do autismo. Outra ressalva que Silva faz é em relação aos dados dos homens: “O espermatozoide é produzido a cada noventa dias, ou seja, sofre essa ‘renovação’ independentemente da idade do homem. Não são conhecidas associações entre problemas no embrião com a idade do pai”, afirma o médico.

O presidente da SBRA afirma que não percebe, clinicamente, o aumento da incidência de autismo entre pais mais velhos. “Entretanto, se os resultados dessa pesquisa corresponderem à realidade, acredito que nada mudará na prática clínica, pois não será possível detectar quem terá ou não filhos autistas e os pais acima de 35 anos não deixarão de ter filhos devido ao risco”, afirma.

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