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Estados Unidos aprovam primeiro teste de HIV caseiro

Aparelho analisa a saliva do indivíduo, e resultado é dado após 20 a 40 minutos

Por Da Redação
3 jul 2012, 18h57

O governo dos Estados Unidos aprovou o uso do OraQuick In-Home HIV Test, o primeiro teste de HIV que pode ser feito na casa do próprio paciente e sem a necessidade prescrição médica. Por meio de um exame da saliva, é possível detectar a presença de anticorpos do vírus da imunodeficiência humana do tipo 1 (HIV-1) e do tipo 2 (HIV-2), vírus responsáveis pela AIDS.

Opinião do especialista

Caio RosenthalMédico infectologista do hospital Emílio Ribas

“Acho perigoso o paciente fazer o teste em casa. É preciso uma estrutura de apoio para isso. E se a pessoa fizer o teste e der resultado positivo, ou tiver um problema de interpretação no resultado? A população não está preparada para enfrentar isso sozinha, é necessário apoio de uma equipe médica e profissional.

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“Quando o paciente vai num centro de referência e quer fazer o exame, ele tem um amparo, não só do médico, mas de psicólogos e assistentes sociais. Existe uma equipe multiprofissional presente, que vai ajuda-lo a digerir o resultado. O atendimento para AIDS no nosso país é bem estruturado. Mas não temos condição de dar esse atendimento em casa. O SUS não vai dar conta, e nem acho que ele deva tentar.

“Esse teste da saliva procura por anticorpos, que não aparecem antes de 3 meses da contaminação. O indivíduo não pode ter um comportamento de risco, ir à farmácia e fazer o teste. Sendo um teste caseiro, o paciente também pode interpretar o resultado de modo errado. Acho que não existem chances de ele ser aprovado pela Anvisa para uso no Brasil. Eu mesmo defendo que ele não seja aprovado.”

O teste foi desenvolvido para permitir que os indivíduos coletem as próprias amostras de saliva ao ‘limpar’ a mucosa bucal com uma espécie de cotonete. Entre 20 e 40 minutos depois de colocar essa amostra em um frasco fornecido pela companhia, o paciente já pode obter seu resultado. O mesmo aparelho já estava disponível para uso em consultórios médicos, mas agora poderá ser usado pelos pacientes em seus domicílios.

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Um resultado positivo não significa que o indivíduo está definitivamente infectado com o HIV, mas que um teste adicional deve ser feito por médicos, a fim de confirmar os resultados. Do mesmo modo, um resultado negativo não significa que o indivíduo está definitivamente não infectado com o HIV, principalmente se a exposição ao vírus ocorreu nos últimos três meses.

Segundo o Food and Drug Administration (FDA), órgão responsável por regular os alimentos e medicamentos usados nos Estados Unidos, o teste é importante porque cerca de um em cada cinco infectados com a doença não tem a menor ideia que está infectado. “Conhecer o seu diagnóstico é um importante fator para prevenir a propagação do HIV”, diz Karen Midthun, diretora do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica do FDA. “A disponibilidade desse teste caseiro fornece outra opção para os indivíduos, que devem procurar ajuda médica se necessário.”

Precisão – Estudos clínicos mostraram que o teste é capaz de detectar o vírus em 92% dos casos de infecção. Isso significa que haverá um falso negativo a cada 12 testes feitos em indivíduos infectados. Os mesmo estudos mostraram que ele é eficaz em 99,98% dos casos de usuários sem o vírus. O que significa que haverá um falso positivo a cada 5.000 testes em indivíduos sem a infecção.

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Segundo Caio Rosenthal, infectologista do Hospital Emílio Ribas, o teste é pouco preciso. “Um teste considerado bom é o que acerta mais de 99% dos casos. Ao dar um falso negativo, pode passar uma falsa sensação de segurança. Pode ser um tiro pela culatra”, afirma.

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