Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Entidades médicas condenam a contratação de médicos cubanos

Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), medida é eleitoreira e evidencia a real intenção do governo de trazer profissionais de Cuba "sem qualquer avaliação"

Por Da Redação
22 ago 2013, 09h38

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota em que considera “eleitoreira, irresponsável e desrespeitosa” a contratação de médicos cubanos para atuar no país, anunciada nesta quarta-feira pelo governo federal. “O CFM condena de forma veemente a decisão irresponsável do Ministério da Saúde que, ao promover a vinda de médicos cubanos sem a devida revalidação de seus diplomas e sem comprovar domínio do idioma português, desrespeita a legislação, fere os direitos humanos e coloca em risco a saúde dos brasileiros, especialmente os moradores das áreas mais pobres e distantes”, diz a nota da entidade.

O governo federal firmou convênio com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) para a contratação de 4.000 profissionais cubanos. Os médicos irão suprir as vagas não preenchidas no programa Mais Médicos. Para o CFM, o anúncio evidencia a real intenção do governo de “abrir as portas do país para profissionais formados em Cuba, sem qualquer avaliação de competência e capacidade”. A avaliação do Conselho é que o programa Mais Médicos, com seus prazos difíceis de serem cumpridos e falhas de sistemas, já apontava para o desfecho anunciado.

“Alertamos à sociedade que o Brasil entra perigosamente no território da ‘pseudoassistência’ calcada em evidentes interesses pessoais e políticos eleitorais. Todos os brasileiros devem ter acesso ao atendimento universal, integral, gratuito e com equidade, conforme previsto pela Constituição ao criar o Sistema Único de Saúde (SUS). Não há cidadãos de primeira e segunda categoria, e é isso que essa medida cria”, diz o CFM.

Trabalho irregular – A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) também se manifestou oficialmente, afirmando que a vinda dos médicos cubanos no formato proposto pelo Ministério da Saúde constitui trabalho escravo. O Ministério da Saúde repassará o valor de 10.000 reais por mês para Opas, que encaminha o dinheiro para o governo cubano – e não diretamente aos médicos. Cabe a Cuba decidir o quanto pagará a cada um dos médicos. Para Geraldo Ferreira, presidente da Fenam, isso mostra que o acordo “guardará características irregulares”.

Continua após a publicidade

Além da forma em que a remuneração dos profissionais será feita, o órgão também criticou os a “ausência de direitos trabalhistas do programa e a falta de liberdade no país de destino, já que os profissionais continuam submetidos às regras cubanas”. Segundo Ferreira, se essa relação de trabalho escravo ou forçado vier a ser comprovada, a Fenam irá recorrer à Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“A entidade entende que a melhor maneira para levar o profissional onde ele não está, é com concurso público, com contratação pelo governo e o melhor financiamento da saúde, fortalecendo o Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz a nota.

Leia também:

Médicos estrangeiros escolhem áreas menos carentes

Governo preenche apenas 6% das vagas do programa Mais Médicos

Pesquisa mostra que aprovação da população à vinda de médicos estrangeiros aumentou

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.