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Brasil pode importar e exportar doenças durante a Copa

Turistas podem infectar brasileiros com sarampo, meningite e chikungunya. Dengue e diarreia do viajante estão entre as ameaças aos estrangeiros

Por Marcella Centofanti
2 jun 2014, 18h35

Cerca de 600 000 turistas estrangeiros são esperados no Brasil durante a Copa do Mundo. O grande contingente de pessoas vindas de várias partes do planeta favorece o intercâmbio de vírus e bactérias que podem causar doenças tanto nos brasileiros quanto nos estrangeiros.

Para os brasileiros, a ameaça são enfermidades que estão controladas no país, mas em atividade fora daqui, como o sarampo. “A Europa vive um surto de sarampo, causada pela queda na adesão à vacinação. O risco é maior para crianças com menos de um ano, que, nessa faixa etária, ainda não foram imunizadas, e moradores de regiões com baixa cobertura da vacina”, afirma o pediatra Renato Kfouri, presidente da Associação Brasileira de Imunizações (SBIM). De abril de 2013 a março de 2014, 9 579 casos de sarampo foram registrados no velho continente, segundo o Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças.

Outro perigo é a meningite. A vacina oferecida na rede pública brasileira protege apenas contra o sorogrupo C, mais comum no país. “Mas há tipos que circulam em outros lugares, como o W-135, no Chile, na Argentina e em algumas partes da África, e podem ser trazidos com os turistas”, diz Kfouri. No Chile, por exemplo, 32 casos de meningite W-135 foram confirmados entre janeiro e maio de 2014.

Kfouri recomenda que os brasileiros atualizem o quanto antes as vacinas obrigatórias e tomem medidas que diminuem o risco de transmissão de doenças, como usar repelente, evitar grandes aglomerações, lavar bem as mãos e consumir água e alimentos de procedência confiável. Os cuidados valem, sobretudo, para as pessoas que vão lidar diretamente com os turistas, como motoristas de táxi e funcionários de hotéis, aeroportos e estádios, indivíduos mais suscetíveis ao contágio das enfermidades.

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O perigo do chikungunya – Uma doença chamada chikungunya, causada por um vírus de mesmo nome e em surto no Caribe, também está no radar das entidades de saúde pública. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), de dezembro de 2013 a maio de 2014, a região caribenha teve 61 864 casos, entre suspeitos e confirmados.

A moléstia apresenta sintomas similares aos da dengue e é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti, transmissor da dengue, e Aedes albopictus, também existente no Brasil. O risco é que um indivíduo contaminado com o vírus da chikungunya seja picado por um Aedes, que poderia retransmitir a doença a outra pessoa. “Embora os sintomas sejam parecidos com os da dengue, as complicações decorrentes da chikungunya são mais graves”, afirma Kfouri.

Em fevereiro, o Ministério da Saúde emitiu um informe para as secretarias Estaduais e municipais alertando sobre a doença. O comunicado solicita que casos suspeitos sejam notificados e que amostras dos pacientes sejam encaminhadas para exame no Instituto Evandro Chagas (IEC), laboratório de referência nacional em epidemiologia.

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