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Beber muito, mesmo que de vez em quando, pode ser tão prejudicial quanto o alcoolismo

Danos em cérebros de ratos que consumiam bebida alcoólica algumas vezes na semana foram semelhantes aos observados em animais com dependência

Por Da Redação
16 out 2012, 17h35

Beber de vez em quando, mas em grandes quantidades, também é prejudicial à saúde, de acordo com pesquisadores do Instituto de Pesquisa Scripps, nos Estados Unidos. Em um estudo feito com ratos, esses especialistas mostraram que o consumo excessivo de álcool de uma só vez afeta o cérebro da mesma forma que a injestão frequente. Os resultados desse trabalho foram publicados nesta segunda-feira no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Recruitment of medial prefrontal cortex neurons during alcohol withdrawal predicts cognitive impairment and excessive alcohol drinking

Onde foi divulgada: periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Quem fez: Olivier George, Chelsea Sanders, John Freiling, Edward Grigoryan, Shayla Vu, Camryn Allen, Elena Crawford, Chitra Mandyam e George Koob

Instituição: Instituto de Pesquisa Scripps, Estados Unidos

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Resultado: Ratos que bebiam três vezes por semana consumiram álcool cada vez mais e apresentaram alterações na atividade cerebral semelhantes às observadas em animais alcoólatras

Na pesquisa, a equipe observou o que acontecia com ratos que tinham acesso ao álcool apenas três vezes por semana. O trabalho mostrou que os ratos começaram o estudo consumindo bebida alcoólica moderadamente, mas, após seis semanas, passaram a beber em excesso. “Há muitas coisas que o cérebro reconhece como sendo boas. Se ele não tem mais acesso a elas, você se sente mal, entra em um estado emocional negativo e fica frustrado. Por isso, quando você se depara com esse fator outra vez, vai querer consumir cada vez mais”, explica Oliver George, coordenador da nova pesquisa.

Os pesquisadores ainda observaram que, depois de dois meses de testes, os ratos apresentavam uma pior memória de trabalho (ou de curto prazo) mesmo em períodos de “seca”, ou seja, em que eles passavam sem consumir álcool. Além disso, esses animais apresentaram um comprometimento na função de neurônios associados à regulação do consumo de álcool. Seus neurônios, assim como os de animais alcoólatras, eram mais ativos do que o normal – e quanto mais ativos, mais os animais bebiam. “Normalmente, vemos essas mudanças nos cérebros de humanos ou outros animais que são altamente dependentes de álcool, mas aqui encontramos essas alterações em ratos após apenas alguns meses de ingestão intermitente de álcool”, afirma George.

Com moderação não faz mal – No entanto, de acordo com a pesquisa, esses efeitos negativos não apareceram nos animais que mantiveram um consumo estável. Ou seja, é possível interpretar que beber duas taças de vinho diariamente não provocaria o mesmo efeito do que beber exageradamente uma vez na semana.

“Esta pesquisa nos dá uma janela para o desenvolvimento precoce do processo de vício”, diz George Koob, um dos pesquisadores. “Nós suspeitamos que essa adaptação muito rápida do cérebro ao consumo intermitente de álcool ajuda a impulsionar a transição do beber socialmente para o alcoolismo”, diz Georges. Para os autores, se essas descobertas se confirmarem em seres humanos, será possível desenvolver novas e melhores abordagens de tratamento e de prevenção para a dependência alcoólica.

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