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Atividade física é menos importante do que dieta para emagrecer

Em editorial na revista científica British Journal of Sports Medicine, especialistas sugerem que o consumo exagerado de açúcar e carboidratos, e não a falta de exercício, é o principal responsável pela obesidade

Por Giulia Vidale
24 abr 2015, 10h55

O excesso de açúcar e carboidratos — e não a falta de atividade física — estão por trás da maioria dos casos de obesidade. É o que dizem os cardiologistas britânicos em artigo publicado no periódico British Journal of Sports Medicine. A publicação traz uma informação ainda mais impressionante: dietas muito calóricas causam mais problemas à saúde do que o sedentarismo associado ao consumo de álcool e ao hábito de fumar.

Para demonstrar a dificuldade do exercício conseguir se sobrepor à má alimentação, Craig Primack, do Centro de Perda de Peso Scottsdale, nos Estados Unidos, deu um exemplo ao MedPage Today “Um cookie tem cerca de 100 calorias. Se você comeu três desses cookies, você ingeriu 300 calorias e para queimá-las, você teria que caminhar 4,8km”.

“Nos últimos 30 anos, o que ocorreu foi um rápido crescimento dos casos de obesidade em geral, sem que se visse uma mudança na prática da atividade física”, diz Aseem Malhotra, um dos autores do estudo e cardiologista do Hospital Frimley Park, na Grã Bretanha. “Em compensação, a quantidade de calorias consumida aumentou muito.”

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1980 a taxa de obesidade na população adulta dobrou. Em 2014, mais de 600 milhões de pessoas estavam obesos.

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Qualidade e quantidade – A quantidade de calorias em si não é a única culpada pelos casos de obesidade. O tipo de alimento também é um fator essencial para o aumento de peso. O problema está fundamentalmente nos açúcares e nos carboidratos. De acordo com o artigo, a prevalência de diabetes tipo 2 aumenta 11 vezes para cada 150 calorias adicionais de açúcar consumidas diariamente (o equivalente a uma lata de refrigerante), em comparação com a quantidade equivalente de calorias consumidas na forma de gordura ou proteína. “As calorias do açúcar estimulam o armazenamento de gordura. Já as calorias que vêm da gordura induzem à saciedade”, afirma Malhotra.

Para o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o excesso no consumo de açúcares e carboidratos representa de fato um grande problema para a saúde. No entanto, deve-se ficar atento às dietas ricas em gorduras e proteínas. “O ideal, sempre, é manter uma alimentação com baixo consumo de açúcar e priorizar carboidratos não refinados e evitar o alto consumo de gorduras”.

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Brasileiros obesos – Uma pesquisa divulgada este mês pelo Ministério da Saúde mostrou que 52,5% da população adulta está acima do peso ideal. Já o índice de obesidade, apesar de ter se mantido estável nos últimos três anos, ainda é considerado alto: atinge 17,9% dos brasileiros.

A pesquisa mostrou que, embora o consumo de carne gordurosa e refrigerante tenha caído nos últimos seis anos, 29,4% da população ainda consome carne com excesso de gordura e 20,8% da população faz uso de refrigerantes cinco vezes ou mais na semana. Os alimentos doces permanecem na rotina de 18,1% da população. A boa notícia é que o número de adultos que praticam atividade física aumentou em 18% nos últimos seis anos. De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, se não fosse esse dado, o sobrepeso da população brasileira poderia seria ainda maior.

Os exercícios são essenciais para a saúde. Isso não se discute. A prática regular é a chave para prevenir doenças graves, como diabetes, problemas cardiovasculares e demências. A prerrogativa para uma vida saudável é, portanto, manter uma dieta saudável com atividades físicas regulares. Não há fórmula mágica.

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