Antidepressivo e terapia, juntos, são o melhor tratamento contra depressão
Segundo estudo, paciente se recupera mais rapidamente e tem menor chance de recaída se submetido à abordagem combinada do que quando é apenas medicado
Os resultados de uma nova pesquisa reforçam que a melhor forma de combater a depressão é aliar antidepressivos com sessões de terapia cognitiva, em comparação com tratamentos baseados unicamente em medicamentos. Segundo o estudo, o método combinado é até 30% mais eficaz do que o uso isolado do remédio.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Effect of Cognitive Therapy With Antidepressant Medications vs Antidepressants Alone on the Rate of Recovery in Major Depressive Disorder
Onde foi divulgada: Jama Psychiatry
Quem fez: Steven Hollon, Robert DeRubeis, Jan Fawcett, Jay D. Amsterdam, Richard Shelton, John Zajecka, Paula R. Young e Robert Gallop
Instituição: Univerdade Vanderbilt; Universidade da Pensilvânia; Universidade do Novo México; e Universidade Rush, todas nos Estados Unidos
Resultado: Pessoas com depressão, exceto as que têm quadro crônico da doença, se recuperam melhor quando são tratadas com a cominação de antidepressivos e terapia cognitiva em comparação com apenas antidepressivos.
O trabalho, feito nos Estados Unidos, foi publicado nesta quarta-feira no periódico Jama Psychiatry. Os pesquisadores avaliaram 452 adultos que apresentavam sintomas de depressão e que estavam sendo tratados apenas com antidepressivo ou então com uma combinação de medicamento e terapia cognitiva. Os especialistas acompanharam os pacientes até seis meses depois de eles deixarem de apresentar qualquer sintoma.
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Segundo os resultados, os participantes que receberam a terapia combinada se saíram melhor. Ou seja, recuperaram-se mais rapidamente e foram menos propensas a abandonar o tratamento ou a sofrer uma recaída após o fim da terapia. No entanto, o estudo indicou que o tratamento combinado não parece ser mais eficaz no caso de pacientes com depressão crônica.
“Os nossos resultados indicam que a terapia combinada pode fazer uma diferença maior do que imaginávamos em pacientes com depressão”, diz Steven Hollon, professor de psiquiatria da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, e coordenador do estudo. “Os antidepressivos atuam em uma determinada parte do cérebro, regulando a atividade da região onde as emoções são geradas. Já a terapia cognitiva pode trabalhar outra parte do cérebro, o córtex pré-frontal, aumentando o controle que um paciente tem sobre suas emoções.”