Alerta sobre consumo de gordura não tem base científica, diz estudo
Diretrizes médicas que recomendam limitar o consumo de comidas como carne vermelha e manteiga "nunca deveriam ter sido introduzidas", afirmam pesquisadores
Por Da Redação
Atualizado em 31 out 2017, 11h45 - Publicado em 11 fev 2015, 12h03
Diretrizes médicas que recomendam limitar o consumo de alimentos como carne bovina e manteiga para evitar doenças cardiovasculares não têm fundamento científico. A afirmação é de uma pesquisa publicada nesta semana no periódico Open Heart.
Há mais de trinta anos, países como Estados Unidos e Grã-Bretanha recomendam que seus cidadãos consumam com moderação gordura saturada, encontrada em alimentos de origem animal, sobretudo carnes vermelhas e derivados de leite. De acordo com as diretrizes desses países, no máximo 10% do total de calorias ingeridas no dia deve vir desse tipo de gordura.
Para pesquisadores da Universidade do Oeste da Escócia, no entanto, os dados que motivaram essa recomendação eram falhos e inconclusivos. Eles chegaram a essa conclusão depois de revisar seis estudos realizados com quase 2 500 homens na época em que as diretrizes foram elaboradas. As seis pesquisas investigaram a redução nas mortes e no nível de colesterol promovidas por dietas com baixa ingestão de gordura.
Pesquisadores descobriram um novo benefício do tomate. O fruto está sendo usado como matéria-prima para a fabricação de um suplemento alimentar chamado Ateronon, que ajuda a prevenir doenças cardiovasculares. As pílulas, vendidas na Inglaterra, são feitas a base de licopeno, substância responsável pela cor avermelhada do tomate e de propriedades antioxidantes, ou seja, capazes de retardar o envelhecimento celular. Segundo os pesquisadores, o Ateronon pode melhorar a função das células do endotélio (camada interna dos vasos sanguíneos) em até 50%, aumentando a flexibilidade dos vasos.
Um estudo publicado no periódico “Circulation” mostrou que comer morangos e mirtilos pelo menos três vezes por semana pode reduzir o risco de ataque cardíaco em mulheres. O benefício se deve às suas quantidades elevadas de flavonoides — compostos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Morangos e mirtilos têm autocianina, um tipo de flavonoide que ajuda a dilatar as artérias e evitar a formação de placas que atrapalham o fluxo sanguíneo.
Reduzir o consumo de carne vermelha pode fortalecer o coração. Um estudo divulgado no periódico “The American Journal of Clinical Nutrition” mostrou que vegetarianos apresentam um risco menor de sofrer doenças cardiovasculares ou morrer em decorrência de um evento cardiovascular. Outro trabalho, publicado na revista “Nature Medicine”, apontou que, além de aumentar a gordura e o colesterol ruim, o consumo excessivo de carne vermelha produz uma substância que eleva as chances de aterosclerose, obstrução dos vasos sanguíneos que leva ao infarto.
O casamento pode ser um dos segredos para um coração saudável. Segundo uma pesquisa publicada na revista “European Journal of Preventive Cardiology”, pessoas casadas apresentam menores chances de sofrer um ataque cardíaco e, se vierem a sofrê-lo, têm maior probabilidade de recuperação do que as solteiras. De acordo com os pesquisadores, as possíveis explicações para isso são o fato de que os casados costumam manter hábitos mais saudáveis e possuir uma rede de apoio mais ampla — o que facilita, por exemplo, a ajuda no caso de um problema cardíaco. Além disso, os fatores psicológicos da satisfação conjugal interferem positivamente na saúde do coração.
5. Dieta do Mediterrâneo: fácil e eficaz zoom_out_map
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Frutas, legumes, peixes, grãos integrais e quantidade moderada de álcool. Essas são as premissas da Dieta do Mediterrâneo. Menos restritiva que outros regimes, ela é considerada a mais fácil de ser seguida a longo prazo. Neste ano, duas pesquisas demonstraram seus benefícios à saúde cardíaca. Uma delas, publicada no periódico “The New England of Medicine“, concluiu que a dieta do Mediterrâneo reduz a chance de problemas cardiovasculares entre pessoas com mais de 55 anos que apresentam alto risco cardíaco. O outro artigo, escrito por pesquisadores canadenses, mostrou que a dieta colabora na redução do colesterol ruim, o LDL, em homens com risco elevado de doenças cardíacas.
6. Mesmo com ganho de peso, parar de fumar vale a pena zoom_out_map
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Parar de fumar, de fato, favorece o ganho de peso. Mas os benefícios ao coração superam qualquer risco associado aos quilos extras. Um estudo publicado no periódico “The Journal of the American Medical Association” mostrou que o aumento de peso variou de meio a 4,5 quilos entre os indivíduos que largaram o cigarro. Ainda assim, seis anos após terem abandonado o tabagismo, todos os voluntários da pesquisa apresentaram uma redução de 50% no risco de sofrer algum evento cardiovascular.
Além de reforçar a ideia de que reduzir o consumo de sódio evita problemas cardíacos,uma série de estudos publicados no site da revista “British Medical Journal” revelou que ingerir maiores quantidades de potássio propicia o mesmo benefício. Uma alta ingestão do nutriente — encontrado principalmente em frutas, legumes e verduras frescas — pode diminuir em até 24% o risco de um acidente vascular cerebral (AVC). Já o consumo de sal, sugere a pesquisa, deve ser de no máximo 3 gramas por dia, menos do que os 5 gramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Homens que não tomam café da manhã têm 27% mais riscos de infartar ou sofrer uma doença coronariana. O dado, divulgado no periódico “Circulation”, reforçou a importância da refeição, que deve fornecer energia suficiente para o corpo começar o dia. Segundo os cientistas, o hábito de pular o desjejum pode causar obesidade, pressão alta e diabetes — fatores de risco para doenças cardíacas.
(Da redação de VEJA.com)
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