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A maioria dos alimentos tem sódio demais, diz Anvisa

Alimentos como queijo parmesão, macarrão instantâneo e biscoitos são um dos que apresentam os maiores níveis de sódio

Por Da Redação
16 out 2012, 12h38

Uma pesquisa feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou alto teor de sódio em grande parte dos alimentos vendidos no país. O trabalho foi feito com base na análise de 26 tipos de produtos, como bolachas e frios – dos grupos analisados, apenas cinco apresentaram níveis do ingrediente considerados adequados.

O produto campeão em teor de sódio, de acordo com o levantamento, é o queijo parmesão ralado: uma média de 1.981 miligramas por 100 gramas do produto. Em seguida está o macarrão instantâneo, com 1.798 miligramas por 100 gramas do produto (confira os principais “campeões do sódio”). Segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), a ingestão máxima de sódio deve ser de dois gramas diários, o equivalente a cinco gramas de sal. O brasileiro consome 12 gramas de sal por dia, mais do que o dobro do recomendado pela OMS. “O que nos preocupa é que boa parte dos alimentos com alto nível de sal é muito consumido por crianças”, diz Denise de Oliveira Resende, gerente-geral de alimentos da Anvisa.

Redução – O macarrão, assim como bolachas e salgados de milho, integram o programa de redução de sódio de produtos processados no país, feito pelo Ministério da Saúde e Associação Brasileira de Indústrias de Alimentação. O acordo, anunciado em 2011, prevê a retirada gradual do sódio de alimentos processados. Até agora foram anunciadas reduções para 13 classes de alimentos. A meta é retirar até 20 mil toneladas de sódio até 2020.

A redução programada, porém, é considerada tímida por nutricionistas e entidades ligadas ao direito do consumidor. “Mesmo com a mudança, produtos vão continuar com alto teor de sódio. Em outras palavras: o brasileiro continuará consumindo muito mais do que o recomendado”, diz o gerente do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Carlos Tadeu de Oliveira. Ele cita como exemplo o macarrão: “A meta é 1.920 miligramas de sódio. Quase a necessidade de um adulto para o dia todo.”

Redução de sódio

Pão francês

Teor atual: 648mg/100g

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Meta: 586mg/ 100g

Redução: 2,5% ao ano até 2014

Batata palha ou frita

Teor atual: 720mg/100g

Meta: 529mg/ 100g

Redução: 5% ao ano até 2016

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Salgadinhos de milho

Teor atual: 1.288mg/100g

Meta: 747mg/ 100g

Redução: 8,5% ao ano até 2016

Bolos prontos

Teor atual: 463mg/100g

Meta: Entre 204mg/100g e 332g/100g (varia conforme o tipo de bolo)

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Redução: De 7,5% a 8% ao ano até 2014

Misturas para bolo

Teor atual: 568mg/100g

Meta: 334mg/100g (aerados) e 250mg/100g (cremosos)

Redução: De 8% a 8,5% ao ano até 2016

Biscoitos

Teor atual:1.220mg/100g (salgados), 490mg/100g (doces) e 600mg/100g (doces recheados)

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Meta: 699mg/100g (salgados), 359mg/100g (doces) e 265mg/100g (doces recheados)

Redução: 7,5% a 19,5% ao ano até 2014

Maionese

Teor atual: 1.567mg/100g

Meta: 1.052mg/100g

Redução: 9,5% ao ano até 2014

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Denise afirma que uma redução drástica traria problemas para empresas e afastaria o consumidor. “As pessoas poderiam estranhar o sabor. Além disso, há um problema técnico: o sódio é importante para conservar os alimentos.” Pelo cronograma, a partir de 2013 alguns produtos já devem ser comercializados com menos sódio em sua composição. “Pelas análises que fizemos, alguns produtos já apresentam uma média menor do que a foi acordada, como a maionese”, afirma Denise. A meta é que o produto tenha, no máximo, 1.283 mg/100g. A média encontrada pela Anvisa está em 1.096.

Fiscalização – A gerente diz que o controle sobre o cumprimento do acordo começará a ser feito a partir de 2013. “Se números revelarem que a adesão está baixa, não está descartada a possibilidade de criar metas obrigatórias.” Para Oliveira, no entanto, medidas mais ousadas poderiam ser adotadas rapidamente. “O acordo tentou abrandar as discussões sobre uma regulamentação mais severa. Autorregulamentação pode ser benéfica, mas os padrões têm de ser adequados.”�

Denise destaca que várias amostras de um mesmo produto apresentam teores diferentes de sódio, como o queijo parmesão: a diferença entre produtos chega a ser de 13,7 vezes. “Daí a importância de a população chegar nos rótulos a composição.” Denise afirmou que foram encontrados produtos com teores de sódio distintos da embalagem. As empresas, diz, foram autuadas. Procurada, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) afirmou não conhecer os dados, o que a impedia de fazer uma avaliação do trabalho.

(Com Agência Estado)

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