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Vídeo mostra como peritos alteraram provas no caso Nisman

As imagens, divulgadas por um programa de TV argentino, expõem os peritos pegando a arma do crime com luvas ensanguentadas e usando papel higiênico para limpar algumas partes

Por Da Redação
1 jun 2015, 18h52

Um vídeo divulgado pelo programa de TV de um dos jornalistas mais conhecidos da Argentina, Jorge Lanata, mostra como os peritos que examinaram o apartamento do procurador Alberto Nisman contaminaram a cena do crime. A filmagem foi feita pela própria polícia, como parte do processo de investigação, e o programa Periodismo para todos teve acesso às quatro horas de gravação na íntegra.

As imagens inéditas mostram a polícia manuseando a arma que matou o promotor. Os relatórios da investigação afirmaram que não foi possível encontrar nenhuma amostra de DNA no revólver além da de Nisman – nem mesmo a de Diogo Lagomarsino, proprietário da arma que admitiu tê-la emprestado ao procurador – pois ele estava coberto de sangue. No entanto, o vídeo revela que, quando a polícia chegou ao apartamento, o carregador da arma estava limpo. Pelas imagens, é possível ver que o perito que pegou o objeto para remover as balas restantes usava luvas ensanguentadas e o sujou.

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A gravação mostra também como os muitos policiais – e inclusive a juíza encarregada da investigação, Viviana Fein – pisavam no sangue espalhado pelo chão enquanto entravam e saíam da casa. Em outro plano, um dos agentes retira parte do sangue da arma com um dos dedos para ler a identificação do modelo e série do objeto. O agente usa também papel higiênico para limpar a parte da arma onde estava a identificação, após uma ordem de Fein.

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Viviana Fein defendeu nesta segunda-feira o trabalho realizado pelos especialistas e garantiu que a cena do crime não foi contaminada. “Ele não limpou a arma toda com papel higiênico. A polícia usou papel simplesmente onde sabia que podia encontrar o calibre e o número de série”, afirmou em declarações à rádio Vorterix. Além da juíza, é possível ver e escutar no vídeo a Sergio Berni, secretário de Segurança argentino, que chegou ao apartamento bem antes da perícia, algo que gerou ainda mais especulações sobre o caso.

O vice-presidente da Associação de Peritos e Médicos Legistas da Argentina, Ernesto Duronto, criticou com firmeza a atuação dos policiais, afirmando que a limpeza da pistola foi semelhante à feita por um matador de aluguel. “Assim se apaga tudo, não só o sangue, mas também as impressões digitais que poderiam estar nela. Não há como duvidar do que foi feito na cena do crime”, disse Duronto à rádio Mitre.

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O promotor foi encontrado morto com um tiro na cabeça apenas quatro dias depois de concretizar a denúncia de que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, encobriu a participação de iranianos no ataque à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994. Ele investigou o atentado por dez anos. Recentemente, a Justiça argentina arquivou a denúncia de Nisman contra a presidente por “inexistência de crime”.

Em março, reportagem de VEJA revelou que três ex-integrantes da cúpula de Hugo Chávez confirmam a conspiração denunciada por Nisman. Segundo eles, hoje exilados nos Estados Unidos, o Irã mandou dinheiro por intermédio da Venezuela para a campanha de Cristina Kirchner em troca de segredos nucleares e impunidade no caso Amia.

Vídeo: Peritos alteram arma que matou promotor Alberto Nisman

(Da redação)

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