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Vice argentino é envolvido em 3º esquema de corrupção

Desta vez, Amado Boudou foi denunciado por administrar de forma irregular o equivalente a R$ 6,5 milhões para a construção de 600 casas e quatro escolas

Por Da Redação
14 ago 2014, 17h59

O vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, foi acusado nesta quinta-feira de envolvimento em um terceiro esquema de corrupção. A denúncia, protocolada pelo vereador Marcos García, do município costeiro de La Costa, diz que o homem forte de Cristina Kirchner administrou de forma irregular uma quantia de dinheiro público destinada à construção de 600 casas e quatro escolas. O processo diz respeito à época em que Boudou era secretário da Fazenda de La Costa e também acusa de participação no esquema Julio de Vido, ministro do Planejamento, além de Juan e Pablo de Jesús, pai e filho que se sucederam na prefeitura municipal.

Na época em que trabalhava para o município, Boudou interveio para obter um empréstimo de 24 milhões de pesos (6,5 milhões de reais) junto ao Banco Hipotecário para a realização das obras públicas, mas nenhuma das construções foi finalizada. “Nenhuma casa foi integralmente concluída. Algumas ficaram sem paredes, sem gás, sem eletricidade e sem água. A empresa Cantera deveria ter terminado as obras em 2006. Mas, em agosto de 2007, havia sido entregue à Cantera mais de dois terços do montante total (do pagamento), sendo que mais da metade das residências não estava finalizada”, diz a denúncia de García.

De acordo com o jornal La Nación, o processo ficará a cargo do promotor Gerardo Pollicita. Ele avaliará a denúncia do vereador e decidirá se levará adiante as investigações contra Boudou. O vice-presidente argentino poderá responder por “violação dos deveres de funcionário público, administração fraudulenta, suborno e tráfico de influências, uso indevido de dinheiro público e sonegação de impostos”. García acredita que a empresa Cantera tinha um envolvimento ilegal com o político. O jornal Clarín reportou que o juiz responsável pelo caso será Ariel Lijo, que julga o processo da gráfica Ciccone, em que Boudou é acusado de enriquecimento ilícito.

Outros casos – Amado Boudou responde na Justiça argentina por outros dois casos de corrupção. O primeiro diz respeito a uma investigação de 2010 por vantagem comercial indevida, em que o Fisco do país pediu à Justiça a quebra do sigilo da gráfica Ciccone, que mantém contratos com o governo e vende papel moeda ao Banco Central argentino. O Judiciário suspendeu o pedido três meses mais tarde por solicitação da própria empresa, que negociou um plano de pagamentos de multas à Receita. Uma investigação descobriu que o Ministério da Economia, pasta então ocupada por Amado Boudou, teria pressionado o Fisco para favorecer a empresa. Depois do episódio, a companhia foi vendida para o fundo de investimentos The Old Fund, presidido por Alejandro Vandenbroele, que é apontado como testa de ferro de Boudou, embora o vínculo tenha sido negado pelo vice-presidente.

A outra acusação está ligada ao envolvimento de Boudou com a falsificação de documentos relativos à compra de um automóvel nos anos 90. Nos últimos meses, o político chegou a prestar um depoimento sobre o caso e culpou os despachantes que cuidaram da transação. Mas o juiz Claudio Bonadio entendeu que Boudou usou um formulário falso e com datas alteradas para transferir para seu nome um veículo Honda CRX Del Sol ano 1992. A Justiça suspeita que ele adiantou propositalmente a data no documento de compra de 1993 para 1992 para não ter que dividir o veículo com sua ex-mulher, registrando assim que a transação teria ocorrido antes do casamento. Um dos erros apontados é que na data forjada para a compra – outubro de 1992 -, o veículo nem estava na Argentina: aguardava transporte do Japão para a América Latina.

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