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Venezuela anuncia transferência de presos após rebelião com dezesseis mortos

Acuado pela luta armada entre gangues dentro do presídio, o governo decidiu lançar uma operação policial para encerrar as atividades da penitenciária

Por Da Redação
20 set 2013, 20h21

O governo venezuelano anunciou o início da transferência de presos da superlotada prisão nacional de Maracaibo, conhecida como Sabaneta, no noroeste do país. A medida foi tomada depois que uma rebelião deixou dezesseis mortos na última segunda-feira. O início da transferência foi marcado por protestos de familiares e resistência de alguns presos, que tiveram de ser levados à força, segundo testemunhas relataram ao jornal venezuelano El Nacional.

A ministra de Serviços Penitenciários, Iris Varela, tentou culpar os governos anteriores ao chavismo, sem lembrar obviamente que o coronel assumiu o governo em 1998.

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A organização Observatório Venezuelano de Prisões informou que o presídio de Sabaneta atualmente abriga quase 3.700 detentos, mas tem capacidade para apenas 700. O problema, claro, não está restrito a um único presídio, mas se espalha pelo país. Segundo a ONG, 289 presos morreram em rebeliões até julho deste ano.

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“Tantas mortes apontam que a violência se naturalizou como forma de resolver as diferenças devido à incapacidade do estado de mediar a tempo para solucioná-las. Nova em cada dez assassinatos ficam sem punição”, destacou o jornal espanhol El País. A criminalidade é uma preocupação crescente para a população venezuelana como um todo. No ano passado, houve mais de 16 000 homicídios no país, um aumento de 14% em relação ao ano anterior, segundo números do Ministério do Interior e Justiça.

E, nesta semana, ao discursar para jovens venezuelanos, o presidente Nicolás Maduro desviou a atenção da ineficiência do estado para um novo inimigo, ao culpar o Homem-Aranha – sim, o personagem dos quadrinhos e dos filmes – pela criminalidade. Em outra ocasião, ele já havia defendido o fim das “narconovelas e de séries de televisão que promovem o uso de drogas e o culto às armas”.

No poder desde a morte de seu padrinho político Hugo Chávez, em março deste ano, Maduro segue à risca a cartilha imposta pelo antecessor. O El País ressaltou que a contribuição de Chávez para aprofundar o problema da criminalidade ocorreu em duas frentes: “na limitação da repressão policial para não perder votos entre seu eleitorado e na justificação ética do roubo. Quem tem fome, disse o mandatário em 1999, está habilitado para delinquir”.

Facções – A Anistia Internacional divulgou um comunicado nesta sexta no qual considera “inaceitável que nos centros penitenciários da Venezuela alguns detentos tenham acesso tão fácil a armas de fogo e continuam um perigo tão grande para os outros presos”.

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A organização lembra que o Ministério de Serviços Penitenciários foi criado há pouco mais de dois anos para buscar uma solução para o sistema carcerário e enumera alguns dos mais graves problemas do setor: superlotação crônica, falta de acesso a serviço de saúde e inexistência de um sistema independente de inspeção das prisões.

A rebelião desta semana em Sabaneta foi a segunda em pouco mais de um mês. A anterior havia deixado sete mortos. O histórico do local, no entanto, é bem mais antigo. Em 1994, um incêndio provocado por criminosos que buscavam vingança contra uma gangue rival deixou mais de 100 mortos. Um tiroteio dentro da penitenciária, no ano passado, resultou na morte de outras seis pessoas. Relatos divulgados pela imprensa após a rebelião ocorrida nesta semana apontam atos de selvageria, como mortos que foram decapitados ou tiveram membros decepados por integrantes de outras facções.

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