Theresa May e Andrea Leadsom disputam cargo de premiê do Reino Unido
A ministra do Interior do Reino Unido e a secretária de Estado de Energia foram escolhidas pelos deputados conservadores como as finalistas na disputa pelo cargo de Cameron
A ministra do Interior do Reino Unido, Theresa May, e a secretária de Estado de Energia, Andrea Leadsom, são as finalistas na disputa para ocupar o cargo de premiê britânico e líder do Partido Conversador, substituindo David Cameron. Os deputados do partido escolheram a dupla de candidatas nesta quinta-feira, depois de dois concorrentes serem eliminados em rodadas de votação anteriores e um terceiro desistir da disputa. Após a definição das finalistas, caberá aos 150.000 membros do Partido Conservador elegerem a próxima chefe de governo britânica, em setembro. Na votação de hoje, May recebeu 199 votos dos 330 deputados e Leadsom teve o apoio de 84. Michael Gove, ministro da Justiça, foi o eliminado do dia, com 46 votos.
A nova líder britânica terá a importante tarefa de invocar o Artigo 50 do Tratado Europeu de Lisboa, que dá início às negociações de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), processo que terá um prazo de dois anos para ser concluído. Seja na figura de May ou Leadsom, pela segunda vez uma mulher irá ocupar o cargo de primeira-ministra do país, depois da também conservadora Margaret Thatcher ficar no poder entre 1979 e 1990.
Como mostrado pela liderança na votação entre os deputados, May é a favorita para suceder a Cameron. A ministra de 59 anos se declarou a favor da permanência na UE durante o referendo, porém, pouco se manifestou durante a campanha. Na chefia do Ministério do Interior desde 2010, ela adotou uma postura linha dura contra a imigração dentro do governo Cameron, por isso, tem chances de obter amplo apoio mesmo entre aqueles que defenderam o Brexit.
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“Os resultados mostram que o Partido Conservador pode estar unido. E o estará sob a minha liderança”, disse May, após o anúncio dos votos da primária. “Precisamos de uma liderança forte para negociar o melhor acordo possível para a saída do Reino Unido da União Europeia, unir nosso partido e fazer um país bom para todos, não apenas para uns poucos”, declarou.
Já Leadsom, de 53 anos, não se manteve neutra no referendo: apoiadora ferrenha do Brexit, ela era praticamente desconhecida antes de aparecer como uma das figuras importantes da campanha. Os defensores da saída veem nela a esperança de tomar medidas que priorizem os interesses britânicos em detrimento de acordos mais favoráveis à EU. Segundo a candidata, o Reino Unido pode ser “a maior nação do mundo” após o Brexit sob seu comando, declarou.
(Com AFP)