Um adolescente de 14 anos da Áustria que fez o download de planos para fazer bombas caseiras em seu videogame Playstation foi condenado a dois anos de prisão nesta terça-feira, após se declarar culpado de acusações de terrorismo, noticia a BBC. Além de pesquisar como construir bombas, o jovem fez contato com militantes que apoiam o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria, disseram os promotores antes do julgamento. A identidade do adolescente não foi divulgada pela polícia para preservá-lo e a sentença foi determinada por um tribunal regional de Sankt Pölten, capital do Estado da Baixa Áustria, ao oeste de Viena.
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Por já ter permanecido detido durante alguns meses, a Justiça anulou 16 meses de sua pena, e o adolescente, que também tem nacionalidade turca, cumprirá os oito meses restantes da pena em um centro de detenção juvenil, disse a porta-voz do tribunal regional de Sankt Poelten. Segundo a legislação austríaca, os jovens maiores de 12 e menores de 18 anos condenados por delitos considerados graves cumprem pena em centro socioeducativos, separados dos presos adultos.
Após o divórcio dos pais, o jovem começou a assistir na internet vídeos de propaganda do grupo terrorista EI que buscava o recrutamento de combatentes estrangeiros em países ocidentais. O menino decidiu que queria ir à Síria, mas um contato em Viena disse que também era possível participar da “guerra santa” na Áustria. Com isso, ele pesquisou na internet instruções sobre como fabricar bombas e juntou informações logísticas para cometer um atentado contra a Westbahnhof, uma das duas grandes estações ferroviárias na capital austríaca.
Devido ao crescente radicalismo do jovem, sua escola o denunciou, e, após confessar seus planos terroristas em um interrogatório policial, o menino foi detido e colocado em prisão preventiva. O jovem foi colocado sob custódia por suspeitas de atividades relacionadas a terrorismo e por a Justiça considerar que havia o risco do garoto tentar ir à Síria para se juntar aos jihadistas. Mais de 200 pessoas deixaram a Áustria para lutar no Oriente Médio, das quais pelo menos 30 foram mortas, enquanto cerca de 70 retornaram, de acordo com o Ministério do Interior austríaco.
(Da redação)