Talibã aumenta uso de crianças-soldado, denuncia Human Rights Watch
Os terroristas usam menores em várias operações militares, principalmente em Kunduz, no Afeganistão
O Talibã aumentou o uso de crianças-soldado no Afeganistão, denunciou a organização Human Rights Watch (HRW) nesta quarta-feira. De acordo com a investigação feita pela organização, os talibãs usaram menores em várias operações militares, inclusive na produção e na colocação de artefatos explosivos.
Na província de Kunduz, o grupo usa cada vez mais as escolas islâmicas como centros de treinamento para adolescentes entre 13 e 17 anos. De acordo com alguns relatórios em que a HRW se baseou, crianças de apenas 10 anos foram usadas nas batalhas que permitiram aos talibãs tomar temporariamente o controle da província.
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“A aparente estratégia dos talibãs de enviar um crescente número de crianças à batalha é tão cínica e cruel quanto ilegal”, afirmou em comunicado Patricia Gossman, especialista da ONG no Afeganistão. Para a HRW, os talibãs, que negam as acusações, recrutam crianças-soldado desde os anos 1990, mas seu uso aumentou claramente nos últimos meses, especialmente em Kunduz.
A população local atribuiu esse aumento à ofensiva lançada pela insurgência nessa região contra as forças governamentais e ao crescente controle que os talibãs exercem sobre as madraças (escolas islâmicas) dali. Apenas no distrito de Chahardara, os moradores disseram à HRW que em 2015 o grupo recrutou e alistou mais de 100 menores.
A organização indicou que, como os talibãs começam o doutrinamento das crianças em uma idade muito precoce, se torna muito simples convencê-los a combater, sem ser necessário o uso da força. A HRW inclui em seu relatório testemunhos de vários familiares de adolescentes entre 14 e 17 anos recrutados pelo grupo ao longo de 2015.
(Com agência EFE)