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Sob pressão de rebeldes, presidente do Iêmen renuncia

Xiitas houthis atacaram residência oficial e palácio presidencial no início desta semana. Premiê também abriu mão do cargo, alegando não querer ser arrastado para 'abismo político'

Por Da Redação
22 jan 2015, 17h30

O presidente do Iêmen, Abd-Rabbu Mansour Hadi, renunciou nesta quinta-feira, disse um porta-voz do governo, jogando o país numa crise ainda mais profunda depois da invasão do palácio presidencial por rebeldes xiitas houthis. Aliado dos Estados Unidos, Hadi renunciou pouco depois de o primeiro-ministro, Khaled Baha, ter também apresentado sua renúncia.

Baha afirmou que deixava o cargo por não querer ser arrastado para “um abismo de políticas não construtivas baseadas em lei alguma”. “Nós não queremos fazer parte do que está acontecendo ou irá acontecer”, escreveu. Hadi enviou uma carta de renúncia ao presidente do Parlamento pedindo “desculpas ao povo do Iêmen depois que chegamos a um beco sem saída”, segundo informou um porta-voz do governo, citando a carta.

O chefe do Parlamento, Yahia al-Rai, um aliado próximo do presidente deposto Ali Abdullah Saleh, que deixou o governo em meio à revolta popular de 2011, será o chefe de Estado interino. Há informações, no entanto, de que o Parlamento teria se recusado a aceitar a renúncia e realizaria uma reunião nesta sexta para resolver a situação.

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O Departamento de Estado americano afirmou que está tentando confirmar a informação sobre a renúncia. A porta-voz Jen Psaki reforçou que os Estados Unidos continuam a apoiar uma transição pacífica no país e estão preparados para ajustar sua presença no Iêmen se for necessário.

Pressão e ameaças – Hadi tornou-se prisioneiro em sua residência, depois que rebeldes atacaram o local, retirando os guardas oficiais. Militares próximos ao presidente afirmaram que a decisão de renunciar foi tomada após pressão e ameaças dos houthis. Entre as exigências dos rebeldes estaria a participação no gabinete presidencial, no Ministério da Defesa e nas capitais das províncias.

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Ontem, Hadi havia dito que estava pronto para aceitar as exigências dos rebeldes para uma participação maior em reformas constitucionais e políticas. Os houthis também controlam a capital Sanaa desde setembro e mantêm refém o chefe do gabinete presidencial, Ahmed bin Mubarak, sequestrado na última semana.

A capital iemenita permanecia paralisada hoje, disseram testemunhas. Porém, o aeroporto e o porto, em Aden, retomaram as atividades depois de terem ficado fechados por um dia em protesto à ofensiva dos houthis contra o governo tecnocrático de Hadi, formado em novembro como parte de um acordo de paz negociado pelas Nações Unidas depois que o houthis tomaram a capital.

Houthis – A filial da Al Qaeda no Iêmen, uma das mais atuantes e perigosas, e que recentemente reivindicou a autoria do atentado terrorista contra o semanário satírico Charlie Hebdo, em Paris, tem reagido à ação dos rebeldes, que integram a minoria xiita no país, atacando suas forças, bem como alvos estatais, militares e de inteligência.

(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)

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