O atual conflito no Iraque é frequentemente simplificado como uma disputa sectária entre extremistas sunitas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) e os xiitas, corrente religiosa em maioria no país. Os dois povos são de origem árabe e seguem a religião muçulmana, mas interpretam o Corão – o livro sagrado do islamismo – de maneira diferente. Além dos xiitas e sunitas, o Iraque também é lar de povos de outras origens étnicas e religiosas, como os curdos, cristãos, yazidis, bahais e muitos outros.
Os militantes extremistas do EIIL consideram todos os não muçulmanos e islâmicos xiitas infiéis, e em muitas cidades capturadas o grupo impôs regra severa: converter-se, pagar por proteção, fugir ou morrer. O surpreendente avanço dos jihadistas sunitas, a partir de junho, criou a maior onda de instabilidade no país desde a retirada das tropas estrangeiras do território, em 2011. Em pouco tempo, os terroristas capturaram a segunda maior cidade do país, Mosul, e outros locais importantes, como o município de Tikrit e a região de Ambar, no oeste iraquiano.
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No final de junho, os terroristas do EIIL proclamaram a criação de um califado, um Estado islâmico, nos territórios sob seu controle entre o Iraque e a Síria. Os jihadistas também proclamaram seu chefe, o terrorista internacionalmente procurado Abu Bakr al-Baghdadi, como o califa do novo “Estado” e o “líder dos muçulmanos em todos os lugares”. O ímpeto dos terroristas voltou-se então para o norte do Iraque, onde fica o Curdistão – a região mais próspera e estável do país. Nesta semana, os extremistas sunitas tomaram a cidade de Qaraqosh, que abriga a maior população cristã iraquiana. Os terroristas também avançaram contra Sinjar, no norte do Iraque, lar de muitos membros da minoria yazidi, que se refugiaram em montanhas próximas para não serem mortos.
Confira as características de algumas minorias ameaçadas no Iraque: