Restos mortais analisados não são dos estudantes desaparecidos
Análise foi feita por perícia oficial e também por uma equipe de legistas independentes. México vai enviar restos mortais à Áustria para exames de DNA
A equipe independente de legistas que realiza perícias nas investigações sobre o desaparecimento de 43 estudantes no México informou nesta quarta-feira que os restos humanos analisados até agora não são dos jovens. Os peritos estão atuando depois de pedidos dos parentes dos 43 estudantes, que não confiam nas autoridades mexicanas. Este é o primeiro pronunciamento oficial deste organismo independente sobre seu trabalho nas investigações do desaparecimento dos estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa no último dia 26 de setembro, em Iguala. Os especialistas independentes vêm de Argentina, Colômbia, México, Uruguai, França e Estados Unidos e, de acordo com o comunicado, trabalharam com 30 restos mortais recuperados em Cerro Viejo e Pueblo Viejo, povoados próximos ao município de Iguala, no Estado de Guerrero.
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Os legistas afirmaram que obtiveram resultados genéticos do laboratório The Body Technology Group, nos Estados Unidos, de 24 dos 30 restos de Cerro Viejo, e nenhum deles mostrou probabilidade de parentesco biológico com os 43 desaparecidos. Os seis restantes continuam sendo analisados e a expectativa é que os resultados também não comprovem que sejam restos mortais dos estudantes. Os peritos também participaram da exumação de um dos nove restos recuperados na cidade de Cerro de Lomas de Zapatero, também próxima de Iguala, e foram autorizados pela procuradoria nacional para trabalhar no exame legista da totalidade destes restos.
“Em síntese, até o momento, não houve identificação entre os restos recuperados nas três localidades mencionadas e os 43 estudantes”, afirma o comunicado, acrescentando que a equipe de legistas continua participando nos esforços para identificar os restos recuperados.
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Áustria – A Procuradoria Geral da República (PGR) do México informou nesta terça-feira que os restos humanos encontrados no município de Cocula, no Estado de Guerrero, serão enviados nesta quarta à Universidade de Innsbruck, na Áustria, para que sejam analisados. Em comunicado, a PGR também informou que os resultados emitidos hoje pela equipe independente de legistas sobre os primeiros 30 corpos são coincidentes com os resultados da perícia oficial e não são dos estudantes.
O procurador-geral mexicano, Jesús Murillo, informou que os restos que serão enviados à Áustria para testes de DNA foram encontrados em um lixão após membros detidos do cartel de narcotraficantes Guerreros Unidos confessarem que os estudantes foram assassinados e seus corpos foram incinerados no local.
(Com agência EFE)