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Raúl Castro pede fim do embargo e se irrita com pergunta sobre presos políticos

Após encontro com o ditador cubano, o presidente americano Barack Obama ressaltou que o destino de Cuba será decidido somente pelos cubanos, e não por outros países

Por Da Redação
21 mar 2016, 12h26

(Atualizado às 16h05)

O ditador de Cuba, Raúl Castro, se irritou com uma pergunta sobre a existência de presos políticos no país. “Dê-me uma lista com nomes de presos políticos que eu os soltarei antes que caia a noite”, disse na entrevista coletiva após a reunião privada com o presidente americano Barack Obama, nesta segunda-feira, em Havana. Em uma declaração conjunta à imprensa, Raúl Castro destacou a disposição de seu governo em continuar a avançar na normalização das relações com os Estados Unidos, mas pediu novamente o fim do embargo americano ao seu país, o que, segundo ele, continua sendo o maior obstáculo à total retomada das relações entre Cuba e EUA. “Muito mais poderia ser feito se o embargo americano fosse levantado”, disse Raúl. O presidente cubano também pediu aos EUA que devolvam a Cuba “o território ilegalmente ocupado pela base de Guantánamo”.

Obama ressaltou que o destino de Cuba será decidido somente pelos cubanos, e não por outros países. “O futuro de Cuba tem que ser decidido pelos cubanos, e não por ninguém mais”, declarou. Em resposta ao pedido do fim do embargo, o presidente americano afirmou que vem tentando convencer o Congresso a suspendê-lo, mas pede também ao governo cubano que alivie as restrições à instalação de empresas e novos negócios no país.

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O ditador cubano recebeu Obama no Palácio da Revolução, em Havana, onde aconteceu o encontro bilateral, o terceiro desde o anúncio do degelo entre ambos os países e o primeiro realizado na ilha. Dentro da sede do governo cubano, Raúl Castro cumprimentou o chefe de Estado americano com um aperto de mãos. Depois, eles posaram sorridentes diante das lentes dos fotógrafos que registram o histórico encontro. Pouco antes de se encontrar com Raúl, Obama declarou que acredita que haverá “uma mudança em Cuba”, embora tenha reconhecido que não ocorrerá “da noite para o dia”. Obama chegou neste domingo à ilha comunista acompanhado de sua família e se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos em 88 anos a pisar em território cubano.

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“Ainda temos divergências significativas sobre direitos humanos e liberdades individuais em Cuba. Acreditamos que agora podemos potencializar nossa capacidade para promover mais mudanças”, acrescentou o chefe de Estado americano. Obama também admitiu que “não há dúvida de que o governo cubano continua sendo um Estado de partido único que exerce o controle e reprime a dissidência”. Com sua visita, o presidente americano quer selar o restabelecimento de relações entre os dois países, alcançado em 2015.

Discurso – Obama defenderá a liberdade de expressão, assim como o direito de praticar a própria fé, em seu aguardado discurso televisionado desta terça-feira em Havana. “Vou afirmar que nós pensamos que os valores nos quais acreditamos são universais”, adiantou o líder hoje. Em entrevista à rede americana ABC News, ele disse que manterá o mesmo tom usado durante todo o processo. “Sentimos que vir aqui agora maximizará nossa habilidade para impulsionar mais mudanças, particularmente porque a visita foi bem recebida pelos cubanos, com enorme popularidade”, sustentou.

Ontem, horas antes da chegada de Obama, o grupo feminino 50 Damas de Branco e outros opositores, como o grafiteiro “El Sexto”, foram detidos em Havana após uma manifestação que foi respondida com a presença ostensiva de policiais e partidários do regime. O grupo dissidente, composto de mães e esposas de presos políticos, realiza suas marchas pacíficas para reivindicar respeito aos direitos humanos na ilha.

(Da redação)

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