Promotoria sueca pretende interrogar Assange em Londres até julho
O fundador do Wikileaks é suspeito de ter cometido crimes sexuais na Suécia e está refugiado na embaixada equatoriana na capital inglesa há dois anos
A promotoria da Suécia informou nesta sexta-feira que enviou uma solicitação ao Equador pedindo permissão para interrogar o fundador do Wikileaks, Julian Assange, em sua embaixada em Londres ainda neste mês ou em julho, informa a rede BBC. De acordo com a mídia britânica, o documento sueco não fixa uma data e espera agendar o interrogatório no momento “mais adequado” para as partes envolvidas.
A promotora Marianna Ny, que assina o documento, pediu também assistência legal ao caso para as autoridades britânicas. Quando as permissões necessárias estiverem concluídas, a promotora adjunta do caso, Ingrid Isgren, fará os interrogatórios com a ajuda de um policial.
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Marianna anunciou em março que aceitava que Assange, objeto de uma investigação preliminar na Suécia por crimes sexuais cometidos em 2010, fosse interrogado em Londres e fosse realizado um teste de DNA diante da possibilidade de os delitos prescreverem. A promotoria tinha rejeitado até então essa possibilidade, ao argumentar que as leis suecas exigem que o interrogado esteja no país durante a investigação preliminar deste tipo de crime.
Os advogados do australiano iniciaram ano passado uma ofensiva nos tribunais suecos para pedir que fosse suspensa a ordem de prisão preventiva à revelia, determinada em 2010 por quatro suspeitas de crimes sexuais, que Assange sempre negou. Duas instâncias jurídicas rejeitaram a o pedido se amparando na gravidade dos fatos e no risco de Assange – refugiado na Embaixada do Equador há dois anos – pudesse se esquivar do processo legal e de uma hipotética condenação. Assange é procurado por quatro delitos contra duas mulheres quando visitou a Suécia em agosto de 2010, mas não foi acusado formalmente.
O processo esteve rodeado de críticas sobre a solidez das denúncias e os motivos das litigantes. O Equador concedeu asilo político a Assange para evitar que fosse enviado aos Estados Unidos, onde poderia enfrentar um julgamento pelo vazamento de informação confidencial, divulgada no Wikileaks.
(Da redação)