Iêmen: Polícia impede ataque a sede do governo; sete morrem
Polícia iemita impediu que o gabinete do primeiro-ministro fosse invadido. Manifestantes controlam os ministérios da Energia e das Telecomunicações
Sete partidários da rebelião xiita no Iêmen morreram nesta terça-feira quando a polícia impediu a passagem de centenas de manifestantes que pretendiam atacar a sede do governo em Sana. Além das mortes, “dezenas ficaram feridos pelos tiros das forças de segurança”, declarou à Khaled Madani, diretor do comitê que organizou o protesto. A rebelião Ansarualah organizou uma passeata entre a Praça da Mudança, epicentro dos protestos desde 2011, e a sede do governo.
Milhares de simpatizantes dos insurgentes acampam há várias semanas na capital e em seus arredores para exigir a renúncia do governo, acusado de corrupção. As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e jatos de água. Depois abriram fogo para impedir que centenas de manifestantes caminhassem até a sede do governo, de acordo com testemunhas.
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Uma fonte do ministério do Interior confirmou a intervenção das forças de segurança contra os manifestantes que “tentaram entrar à força nos escritórios do primeiro-ministro”. A fonte, citada pela agência oficial Saba, advertiu os manifestantes que o Estado tomará medidas “constitucionais e legais para preservar a segurança e defender os estabelecimentos públicos”.
Os manifestantes conseguiram controlar os acessos aos ministérios da Energia e das Telecomunicações. Os funcionários não conseguiram entrar nos prédios nos últimos dois dias. Os rebeldes de Ansarualah querem ampliar a zona de influência no futuro Estado federal, que terá seis províncias. Atualmente os xiitas são majoritários no norte do país. No conjunto do país, os sunitas representam a maioria.
Neste domingo, o líder do movimento rebelde xiita do Iêmen, Abdel Malek al Huti, convocou seus seguidores para iniciar uma campanha de ‘desobediência civil’ em Sana para forçar a destituição do governo. Em discurso, televisionado pelo canal do movimento, Huti ordena a desobediência e protestos para dar início “a terceira fase da escalada revolucionária”.
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Na semana passada, mais de 30 pessoas morreram em confrontos entre rebeldes xiitas e forças de segurança. O Iêmen está mergulhado em uma crise política desde queda em 2012 do ex-presidente Ali Abddulahala Saleh, depois de onze meses de protestos. Os rebeldes xiitas e seus simpatizantes multiplicaram as manifestações em Sana, apesar das concessões do presidente Abd Rabo Mansur Hadi sobre a nomeação de um novo primeiro-ministro e a queda do preço do combustível.
(Com agência France-Presse)