Polícia de Los Angeles prende 130 pessoas em protesto contra júri
Em Saint Louis, grupo tentou invadir sede da prefeitura; neve dispersa manifestantes em Ferguson
A polícia de Los Angeles prendeu 130 pessoas na quarta-feira à noite, durante terceiro dia de protestos contra a decisão do grande júri que não indiciou o policial de Ferguson, autor dos disparos que matou um jovem negro. Foi a segunda prisão em massa em Los Angeles. Entre terça e quarta-feira, 183 pessoas já haviam sido detidas.
Segundo o jornal Los Angeles Times, vários manifestantes depredaram veículos e bloquearam o tráfego. Além de Los Angeles, outras 170 cidades em 37 Estados dos EUA registraram protestos nos últimos dias.
De acordo com a imprensa americana a situação em Ferguson se acalmou nas últimas horas. Muitos manifestantes deixaram as ruas depois que começou a nevar na tarde de quarta-feira. Na segunda-feira a cidade registrou uma série de protestos violentos. Houve saques e lojas foram incendiadas. No momento, 2.200 homens da Guarda Nacional garantem a segurança em Ferguson.
Já em Saint Louis, principal cidade na região de Ferguson, um grupo de 200 pessoas protestou em frente à sede da prefeitura. Alguns manifestantes tentaram invadir o prédio e foram reprimidos pela polícia. Duas pessoas foram presas.
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Os manifestantes repudiam a decisão do grande júri do Condado de Saint Louis, no Estado do Missouri, que na noite de segunda-feira concluiu não haver “causa provável” para indiciar o policial Darren Wilson.
Wilson, branco e com 28 anos, matou Michael Brown, negro e de 18, com seis disparos no dia 9 de agosto, quando o adolescente estava desarmado. O caso provocou uma onda de protestos na cidade de Ferguson. O policial afirma que Brown o agrediu e tentou pegar sua arma, um relato que contradiz a versão de outras testemunhas, entre eles um amigo que acompanhava o jovem.
Segundo essas testemunhas, Wilson disparou várias vezes contra Brown, quando este estava desarmado e com as os braços levantados. A promotoria do Condado de St. Louis, no entanto, disse que esses relatos apresentavam várias contradições.
Na noite de terça-feira, um entrevistador da ABC perguntou a Wilson se ele achava que o episódio o assombraria. “Acho que não. É algo que aconteceu e ficará no passado. Sei que fiz meu trabalho da maneira correta”, respondeu o policial.
Apesar da absolvição, vão prosseguir duas investigações do Departamento de Justiça sobre se houve violação dos direitos civis no caso de Brown, e se a polícia local mantém práticas discriminatórias.