Polícia da Itália desmantela rede de tráfico de drogas ligada às Farc
Quatro toneladas de cocaína foram apreendidas na operação e 38 pessoas foram presas
A polícia italiana apreendeu mais de 4 toneladas de cocaína no valor de 1 bilhão de euros (quase 3,5 bilhões de reais) e prendeu 38 suspeitos de envolvimento em uma enorme facção de tráfico de drogas da máfia, disse uma autoridade policial nesta quarta-feira. Segundo a investigação, a droga era fornecida pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
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Um tribunal da província de Reggio Calabria, no sul da Itália, emitiu mandado de prisão para 34 pessoas, incluindo altos membros de vários clãs da máfia calabresa, por tráfico internacional de drogas, segundo um comunicado emitido pelos órgãos responsáveis pela operação. Todos os suspeitos, com exceção de dois, foram presos, disse o coronel da polícia Mario Palumbo à agência Reuters. Autoridades espanholas prenderam quatro pessoas como parte da mesma investigação. A polícia de finanças da Itália, que tem jurisdição nos portos e fronteiras, liderou a investigação.
A agência de combate às drogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês) colaborou com dados de inteligência sobre fornecedores e embarques da América do Sul. A DEA identificou como fornecedores os “comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que cultivam, produzem e distribuem o entorpecente no mundo”, afirma o comunicado
Negociações de paz – A apreensão da droga, que saiu da Colômbia rumo à Europa e distribuída aos países do continente em veleiros, acontece no mesmo dia em que o governo colombiano e a guerrilha das Farc retomaram as negociações de paz, em Havana.
Neste ciclo de negociações – o 38o. desde novembro de 2012 -, as partes devem iniciar a discussão sobre a justiça para os crimes cometidos ao longo do conflito armado de meio século e preparar o caminho para um cessar definitivo das hostilidades, que se intensificaram nas últimas semanas.
Em mais de cinco décadas, o conflito colombiano deixou 220.000 mortos e seis milhões de deslocados.
(Com agências Reuters e AFP)