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Partido laico lidera eleições na Tunísia, aponta pesquisa

Segundo sondagens de boca de urna, o partido Nidaa Tunes tem a preferência nas intenções de votos. Resultados finais serão divulgados até quinta-feira

Por Da Redação
27 out 2014, 09h54

Túnis espera ainda os resultados oficiais das eleições legislativas realizadas no domingo, mas o partido laico Nidaa Tunes assegurou nesta segunda liderar os resultados da votação, ficando à frente dos islamitas do Ennahda. Pesquisas de boca de urna confirmam esta tendência, segundo a imprensa local. O órgão independente que organizou as primeiras eleições parlamentares desde o fim da ditadura, em 2011, deve anunciar resultados parciais ainda nesta segunda-feira. Já os resultados definitivos detalhando a composição do Parlamento de 217 assentos irão sair até 30 de outubro, esta quinta-feira.

O partido laico Nidaa Tunes é uma formação heterogênea que agrupa tanto políticos da esquerda e de centro-direita, como caciques do regime do deposto ditador Ben Ali (que governou o país entre 1989 e 2011). Já na noite de domingo, horas depois do encerramento da votação, Beji Caid Esebsi, de 87 anos, líder do Nidaa Tunes, declarou que dispunha de “indicadores claros” que situavam seu partido na liderança. Os tunisianos votaram no domingo para eleger sua primeira ‘Assembleia de Representantes do Povo’ (nome oficial do Parlamento), numa eleição crucial para a transição democrática no país, realizada sob forte esquema de segurança devido a ameaça jihadista. Quase 80.000 policiais e militares foram mobilizados para essas eleições.

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A campanha eleitoral foi morna, com muitos tunisianos desapontados com as batalhas políticas que atrasaram esta votação, prevista originalmente para outubro de 2012, em dois anos. Os partidos se concentraram em dois grandes temas: a segurança, num momento em que a Tunísia tem testemunhado o surgimento de grupos jihadistas responsáveis ​​por ataques que mataram dezenas de membros das forças de segurança, e a economia, que permanece anêmica e ferida pelo desemprego e a miséria.

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O Ennahda, que teve de deixar o cargo no início de 2014 depois de um 2013 marcado por uma crise política, o assassinato de dois de seus adversários e ataques jihadistas, assegura querer formar um gabinete de consenso, dizendo estar pronto para uma aliança de conveniência com Nidaa Tounes. Por sua vez, o maior partido laico, que fez campanha como alternativa única ao Ennahda, também planeja, em caso de vitória, formar uma coligação e não fecha completamente a porta à colaboração com os islâmicos.

Baixa participação – A participação, segundo fontes eleitorais, chegou a 50,6%, duas horas antes do fechamento das zonas eleitorais. Os observadores temiam uma grande abstenção, dado que muitos tunisianos têm se mostrado desapontados com a política. Cerca de 5,3 milhões de eleitores deveriam comparecer às urnas em 33 zonas eleitorais para eleger 217 deputados por representação proporcional. Os tunisianos no exterior votaram na sexta-feira em seus respectivos países.

Em outubro de 2011, a eleição da assembleia constituinte, vencida pelos islamitas do Ennahda, foi a primeira consulta livre da história do país, mas as legislativas deste domingo são fundamentais porque podem permitir à Tunísia de se dotar de instituições sólidas quatro anos após a revolta popular que deu origem à Primavera Árabe. O primeiro-ministro Mehdi Jomaa elogiou um “dia histórico”. “Todos os projetores foram lançados sobre nós e o sucesso desta operação é uma garantia para o futuro, uma luz de esperança para os jovens da região”, declarou, enquanto a maior parte dos países que viveram a Primavera Árabe está mergulhado no caos ou repressão.

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(Com agências France-Presse e Reuters)

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